Além do atendimento nas Unidades de Saúde da Família, voltado também para os usuários de álcool e outras drogas, a Secretaria da Saúde de Aracaju, através da Rede da Atenção Psicossocial, possui seis serviços específicos para este tipo de paciente, que demanda maior cuidado, pois muitas vezes estão fragilizados psicologicamente e fisicamente. Atualmente, Aracaju é a melhor Capital do Brasil a apresentar número de CAPS por habitante, segundo dados do Ministério da Saúde.
O coordenador da Estratégia de Redução de Danos de Aracaju, Wagner Mendonça de Morais, explicou que os pacientes possuem ao seu dispor dois Centro de Atenção Psicossocial, sendo estes: o CAPS AD III Primavera (que atende pessoas acima dos 18 anos) e o CAPS IAD para crianças e jovens com dependências químicas. Além destes serviços, existe o Projeto de Redução de Danos, com 17 agentes fazendo ações em toda a Capital e também a Urgência Mental que fica no Hospital São José, onde também se dispõem do Serviço Hospitalar de Referência em Saúde Mental com 14 vagas para Aracaju destinadas ao público feminino. O mesmo no Hospital Cirurgia com 16 leitos para pacientes com doenças associadas ao consumo de drogas.
“Aracaju oferece serviços diferenciados de acordo com as necessidades de cada paciente. A nossa grande porta de entrada são os CAPS, sendo que no CAPS AD III Primavera atendemos em média 400 pacientes e no CAPS IAD aproximadamente 140 crianças e adolescentes. Percebemos que identificar crianças e adolescentes dependentes é mais difícil, porém sabemos que muitos casos de dependência na vida adulta começaram ainda na infância, por essa razão é de extrema importância manter este serviço para as pessoas abaixo de 17 anos”, disse.
Nos CAPS destinados aos pacientes com dependência existe equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais, clínicos gerais e psiquiatras, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, professores de educação física e equipe administrativa. O CAPS IAD ainda apresenta psicopedagogo para trabalhar com as crianças e adolescentes os mecanismos de inserção dos mesmos na sociedade, na escola e principalmente na família.
“Tantos nos CAPS para usuários de álcool e drogas quantos nos demais oferecemos um serviço de porta aberta, onde o paciente pode ir por vontade própria, levado pela família ou indicado por algum agente de Redução de Danos. Assim que chegam ao nosso encontro, os pacientes passam por uma avaliação, é indicada a quantidade de horas e dias que passarão pelo tratamento. Vale ressaltar ainda que o CAPS AD primavera funciona 24 horas pra caso de algum paciente necessite de lugar para dormir. E se no CAPS IAD houver a necessidade do adolescente ou da criança precisar passar a noite, o mesmos é encaminhado para o Primavera, e terá um espaço garantido”, explicou Wagner.
Redução de Danos
Os agentes que compõe a Redução de Danos trabalham indo in loco até os usuários, trabalhando também com seus familiares. Através de diversas abordagens, conversas, estes profissionais acabam criando uma rede de comunicação direta com os usuários e caso observem a necessidade, os mesmos são direcionados a um CAPS ou até uma Unidade de Saúde da Família. Sempre sendo aconselhados com palestras. Os os agentes trabalham também o social, fazendo com que os usuários/pacientes recebam auxílio especializado e em especial muita compreensão.
“Não é difícil ouvirmos dos próprios usuários que a única atenção que recebem é a visita de nossos agentes. Nossos profissionais já os reconhecem pelo nome e acabam fazendo um trabalho direto que sempre surte efeito na vida dos atendidos. Estes mesmos agentes são responsáveis por encaminhar, em casos extremos, pacientes para os CAPS, para as Unidades e em casos extremos para os hospitais onde possuímos leitos destinados aos usuários que estão com doenças decorrentes do uso de álcool ou drogas. Lá, cada acamado pode ficar internado 15 dias e depois é encaminhado para continuar o tratamento através dos CAPS e das Unidades”, enfatizou o coordenador da Estratégia de Redução de Danos.