Guardas discutem Acessibilidade no 2º Café com Debate da GMA

Defesa Social e Cidadania
16/09/2014 15h28

A Guarda Municipal de Aracaju (GMA) realizou na noite de ontem, 15, a segunda edição do Café com Debate, evento que reúne guardas municipais (GMs) e pessoas da comunidade para reflexão e discussão de temas comuns ao cotidiano dos agentes da GMA. Nesta edição, o assunto discutido foi a Acessibilidade, em virtude da adesão da Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) e dos órgãos vinculados ao Projeto Aracaju Acessível. O Café com Debate da GMA foi parte da programação do projeto, encabeçado pelo vereador Lucas Aribé, que visa sensibilizar a sociedade aracajuana para promover a acessibilidade nos diferentes segmentos.

Para contextualizar o tema e expor a luta que idosos e pessoas com deficiência empreendem para adequação dos espaços públicos às necessidades especiais, foram convidados o diretor de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), capitão J. Luís, o vereador pelo PSB, Lucas Aribé, e o GM e supervisor geral de Trânsito da SMTT, Fernando Lucas Mendonça. Após a apresentação das ideias, a palavra foi franqueada para perguntas dos participantes, momento em que foi possível esclarecer dúvidas e sugerir ideias para melhoria dos espaços, visando garantir maior acessibilidade.

O GM Mendonça destacou o papel do agente de mobilidade na fiscalização das vias públicas, com o intuito de coibir e eliminar as barreiras físicas geradas em virtude da falta de consciência das pessoas que estão no trânsito. "O conceito de acessibilidade é amplo, é necessário eliminar barreiras como veículos estacionados em calçadas, construções, cavaletes, de modo que os idosos e a pessoas com dificuldade de locomoção possam ter autonomia, utilizando os espaços públicos sem auxílio de terceiros. É necessário ônibus e automóveis adaptados, vias rebaixadas, semáforo com sinalização sonora, enfim, atender todas as regras impostas pela ABNT -Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Como sugestão, deixo a intensificação de programas como o padronização de calçadas e veiculação na mídia das ações que são desenvolvidas para as pessoas com deficiência, de modo que elas tenham o pleno conhecimento dos direitos que às assistem", defendeu.

O vereador Lucas Aribé agradeceu a adesão da Prefeitura de Aracaju ao Aracaju Acessível, através das iniciativas da Semdec e da GMA, destacando que neste ano o projeto ganhou mais força. "A reflexão diante da luta pela acessibilidade faz com que alguns pensem que transformar Aracaju em uma cidade 100% acessível é utopia. Porém, eu acredito nessa possibilidade, o problema é que o nosso país começou a olhar para pessoa com deficiência há pouco tempo e em pleno século XXI estamos aqui debatendo os desafios da sociedade e do papel do poder público na busca da tão sonhada acessibilidade. A partir da Lei nº 4444/2013, a Lei da Acessibilidade, fruto do projeto de minha autoria, iniciamos a luta pela política municipal para as pessoas com deficiência. Lutamos para o cumprimento de mais de 40 leis que garantem direitos a estas pessoas. Em parceria com a Prefeitura desenvolvemos o programa ‘Esta vaga não é sua nem por um minuto' e já conseguimos perceber que as pessoas começam a respeitar as vagas reservadas nos estacionamentos. Sabemos que esta é uma luta muito grande, mas só conseguiremos vencer se o cidadão, a comunidade e o poder público se unirem. Esta é a verdadeira política, a política da união, em que cada um faz sua parte até alcançar as boas práticas sociais", destacou.

O diretor de Trânsito da SMTT, capitão José Luís parabenizou Lucas Aribé pelo trabalho e se descreveu como um entusiasta da causa. "Quando se trabalha com a gestão do trânsito, deve-se observar o equilíbrio, pois todos nós somos pedestres e temos que prezar pela proteção dele. O Código de Trânsito é claro ao estabelecer que o pedestre tem sempre prioridade. Por isso a SMTT, através de Nelson Felipe, vem trabalhando para uma mobilidade urbana que não prioriza o carro em detrimento do pedestre, mas sim, busca o equilíbrio. Para trabalhar a mobilidade é necessário pensar na acessibilidade, é preciso se colocar no lugar destas pessoas com dificuldade de locomoção para entender os problemas que elas enfrentam diariamente", esclareceu.

As discussões que sucederam o pronunciamento dos debatedores demonstrou a importância do tema para os GMs presentes. De acordo com o diretor adjunto da GMA, capitão Jonatas Souza, a acessibilidade é um assunto que se integra a missão do GM. "O tema está inserido na política de capacitação de nossos guardas, pois é um dos eixos da defesa pelos direitos humanos e, ao GM, como um agente da cidadania, cabe a promoção e a defesa destes direitos. Desta forma esta discussão vem para fomentar no guarda a necessidade de disseminar essa cultura da acessibilidade no âmbito da GMA e no seu trabalho", declarou.

O GM Mário que participou do Café com Debate comemorou a iniciativa, pois é pai de um jovem especial. "Sinto na pele todos os dias todas as dificuldades. As pessoas não respeitam as necessidades do idoso, do deficiente e sempre que vejo uma situação dessa chamo atenção da pessoa, para que ela se coloque no lugar do outro. É importante esse trabalho de conscientização porque é preciso que as pessoas entendam que não é fácil conviver com estas barreiras", concluiu.