Saúde de Aracaju realiza Encontro de Saúde Mental

Saúde
09/10/2014 15h29
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A Saúde de Aracaju, através da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), iniciou na manhã desta quinta-feira, 9, o "Encontro de Saúde Mental". O objetivo do evento é comemorar o Dia Mundial de Saúde Mental, que acontecerá dia 10 de outubro. A abertura aconteceu na sede da Guarda Municipal de Aracaju, localizada no bairro Salgado Filho, e contou com a participação de mais de 130 usuários. Também estiveram presentes no evento a Secretaria Estadual de Saúde Mental e a Rede de Atenção Primária de Aracaju.

De acordo com a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial da Saúde de Aracaju, Karina Ferreira Cunha, o encontro foi um momento importante para reafirmar a necessidade do cuidado em saúde mental para a população. "Além de comemorarmos o Dia Mundial da Saúde Mental, o objetivo é reforçar para a população a importância de termos um cuidado maior com os nossos usuários, voltando nossa atenção para a reinserção dessas pessoas na comunidade. O encontro visa também consolidar a Política de Atenção Psicossocial do Município de Aracaju, que é apoiada em um modelo de atenção aberto e de base comunitária", explicou.

Entre as principais atividades realizadas, destacaram-se as apresentações de peças e a exibição do documentário "Em nome da razão" - que retrata um pouco da violência e do preconceito que as pessoas com transtornos mentais sofriam quando existiam os manicômios. Durante o evento ainda aconteceu uma roda de conversa para que os usuários contassem um pouco de suas experiências e também mostrassem como o tratamento oferecido pela Saúde de Aracaju vem melhorando suas vidas.

A tarde serão realizadas oficinas de música e dança, além da preparação de confecções para a "Parada da Loucura", uma caminhada que acontecerá amanhã, 10, que terá início na praça General Valadão, a partir das 15h, seguindo em direção a praça Fausto Cardoso. 

A coordenadora Karina Cunha ainda explica que a ‘Parada da Loucura' será uma caminhada que tem a ideia de mobilização para refletir nas pessoas que hoje o modelo não é mais como antigamente, onde existiam os manicômios. "Não queremos apenas ficar em um espaço fechado, mas sim de mostrar a cara na rua, fazendo as pessoas perceberem que o tratamento é diferenciado, onde todos são tratados de forma digna, com muito carinho e atenção. Atualmente nós possuímos seis Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também quatro Residências Terapêuticas. O modelo de residência é voltado para uma atenção mais reforçada, onde possuímos cuidadores que ficam 24h por dia com os usuários", afirmou.

Para Marco Aurélio, usuário do Caps Davi Capistrano Filho e representante da Associação dos Usuários de Saúde Mental (AUSME), participar desse encontro foi muito importante.  "Todo ano essa comemoração é um marco na minha vida porque eu me recordo das pessoas que antes sofriam e eram assassinadas nos manicômios. Com um evento como o de hoje percebemos a união e a harmonia entre os usuários e os profissionais, então é um momento gratificante",enfatizou.

"O Dia Mundial da Saúde Mental é um marco histórico porque as pessoas com transtornos mentais sofriam muito e não eram tratadas como pessoas normais. O modelo atual de tratamento insere o usuário na sociedade e a oferta de cuidado é bem melhor, pois nos CAPS, possuímos uma equipe multiprofissional composta de assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e isso representa uma mudança no tratamento da saúde mental", explicou Maísa Aguiar, assistente social e representante do CAPS AD Vida.