Profissionais da UPAs são orientados para identificar suspeitas de Febre Chikungunya

Saúde
12/11/2014 17h13
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Profissionais da Rede de Urgência de Aracaju estão sendo orientados para identificar e tratar casos da ‘Febre Chikungunya', uma doença causada por vírus do gênero Alphavirus - transmitida também por mosquitos do gênero Aedes como o mosquito transmissor da dengue. As orientações são passadas pela médica infectologista da Vigilância Epidemiológica de Aracaju, Fabrízia Dias Tavares, que esteve na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul na tarde da quarta-feira, 12, esclarecendo as dúvidas das equipes. Na ocasião, a infectologista também repassou procedimentos para notificação e investigação de casos suspeitos de febre além de classificação de risco e manejo do paciente com suspeita de chikungunya na fase aguda.

Fabrízia Dias explicou que os principais sinais e sintomas da Chikungunya são febre acima de 39 graus de início repentino e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos.  “Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Mas cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença”, disse.

A médica enfatizou que os profissionais precisam ficar atentos para não confundir casos de Chikungunya com Dengue, embora os sintomas sejam semelhantes, a Dengue é uma doença mais preocupante. O Ministério da Saúde definiu que devem ser consideradas como casos suspeitos de Chikungunya todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua.

Os profissionais que participaram da interação com a infectologista elogiaram a iniciativa do Município. O pediatra Roberto Guimarães enfatizou que preparar as equipes da Rede de Urgência para atender à população é fundamental. “As Urgências estão na linha de frente do atendimento quando a população adoece. Foi muito esclarecedor debater sobre a Chikungunya”, afirmou, lembrando que casos da doença já foram identificados em localidades próximas a Sergipe, como é o caso de Feira de Santana que registrou 150 pessoas com o vírus.

Para a enfermeira Joseane Almeida preparar as equipes é importante. “Foi a primeira vez que tive a oportunidade de esclarecer dúvidas . É uma doença nova no país e que preocupa os serviços de saúde”, revelou.

Diagnóstico laboratorial e tratamento

O vírus só pode ser detectado em exames de laboratório. São três os tipos de testes capazes de detectar o Chikungunya: sorologia, PCR em tempo real (RT‐PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública.

Até o momento, não existe um tratamento específico para Chikungunya, como no caso da dengue. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico  (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.