Programa capacita artesãos

Cultura
21/08/2006 16h30

Qualidade, gestão, layout da embalagem e da loja são algumas das coisas que artesãos sergipanos estão aprendendo no Programa de Desenvolvimento da Produção Artesanal Associada ao Turismo. Este programa é resultado de um convênio do Ministério do Turismo (MTur) e da Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI/NE) e acontece em todo o país. Durante o ano de 2005, aconteceram oficinas de avaliação nos Estados para selecionar os municípios que tivessem mais necessidade de qualificação. Em Sergipe, foram selecionados Pacatuba, São Cristóvão, Canindé do São Francisco e Aracaju, como capital e que tem, também, como função, o escoamento da produção. O programa, no Estado, é coordenado pela Secretaria de Estado do Turismo (Setur), em parceria com a Prefeitura Municipal de Aracaju, através da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju). O curso começou no dia 31 de julho e deve terminar no dia 15 de setembro. Ele foi dividido em quatro oficinas: Qualidade e atendimento ao cliente, Comercialização e gestão, Embalagem do produto e Vitrine (layout da loja). Fazem o curso, artesãos e lojistas ligados aos seguintes órgãos: Fundação Municipal do Trabalho (Fundat – feiras das praças, Projeto Freguesia e Centro de Artesanato Chica Chaves), Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb – mercados centrais e Oficina do Papel), Missão Criança Aracaju, Centro de Turismo, Centro de Cultura e Arte da Orla de Atalaia e Associação de Artesanato e Alimentos Típicos do Estado (Aratip). A segunda oficina, Comercialização e gestão, terminou no dia 18 e foi ministrada por Nemézio Tavares. Ele é administrador, pós-graduado em Hotelaria e especializado em Turismo e é consultor do Sebrae há dez anos. Ele já ministrou esta oficina na Paraíba e no Rio Grande do Norte e diz que o artesanato de Sergipe tem uma característica muito peculiar. “Em termos de comercialização, outros Estados estão um pouco à frente, mas, em termos de produção e riqueza, Sergipe é um exemplo pro Nordeste, pela identidade, pela referência às tradições. Além disso, é muito rico em temas, completamente diferente de uma cidade para outra dentro do mesmo Estado”, disse Nemézio. Ele explica ainda que fica surpreso como o artesão é bem informado e atento. “Engana-se quem pensa que o artesão é um sujeito ‘ingênuo’. O artesão sergipano é muito informado, preocupado com design e outros temas, alguns vendem seus produtos pela internet. O artesanato de Aracaju pode ser considerado uma grife, pela qualidade dos trabalhos e pelo nível de informação dos artesãos”, comentou. A artesã Lícia Violeta considera o programa de fundamental importância pela ampliação de conhecimento por parte do artesão. “O curso está mudando e melhorando nossa visão de mercado, de comercialização, de apresentação do produto, coisas que já sentíamos necessidade, mas muitos de nós não sabíamos como agir. Espero que atividades como esta continuem, trazendo novos conteúdos necessários ao nosso trabalho, como História da Arte e muitos outros”, disse a artesã. “O artesanato anda junto com o turismo e não pode trabalhar dissociado. Quem quer investir em turismo tem que investir no artesanato, no artesão, dando qualificação e oportunidade de ele desenvolver seu trabalho. Artesanato é cultura, é turismo e é desenvolvimento e nenhuma administração pública pode fechar os olhos para isso”, disse Tanit Bezerra, diretora de Turismo da Funcaju. A terceira oficina, Embalagem do produto, começou no dia 21 e segue até o dia 25. Veja calendário das oficinas: Qualidade e atendimento ao cliente: 31/07 – 04/08 // 28/08 – 1°/09 Comercialização e gestão: 14/08 – 18/08 // 28/08 – 1°/09 // 04/09 – 08/09 Embalagem do produto: 21/08 – 25/08 // 04/09 – 08/09 Vitrine (layout da loja): 11/09 – 15/09 (visita aos espaços comerciais)