A Coordenação de Saúde do Trabalhador, através da Diretoria de Vigilância em Saúde, realizou nesta sexta-feira, 06, no Auditório da Associação Amigos da Oncologia (AMO), uma palestra com cerca de 50 trabalhadores que fazem parte do "Grupo de Câncer relacionado ao Trabalho". Integram este grupo: os profissionais da Rede de Atenção Primária, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, odontólogos, a equipe da Vigilância da Saúde do Trabalhador do Estado, estudantes da Unit e da UFS, além de residentes médicos e de representantes do HUSE.
As reuniões do grupo acontecem mensalmente desde 2012, e este mês, o palestrante Dr. Geydson Cruz abordou o tema "Leucemia Mieloide Aguda e Síndomes Miolodisplásicas". Geydson trabalha no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) na área de hematologia, isto é, trata as doenças do sangue.
A coordenadora da Saúde do Trabalhador, Karla Magaly, explica que o grupo tem a parceria da AMO, que cede os espaços para as reuniões. "Todo mês nós nos encontramos no auditório da AMO e discutimos estratégias para notificar os tipos de câncer relacionado ao trabalho. Todos os trabalhadores são convidados a participar, pois nosso objetivo é tirar dúvidas e explicar os temas que envolvem os tipos de doenças que estão relacionados com as atividades dos trabalhadores, dentre elas estão as leucemias e as síndromes", disse.
Para Karla Magaly, o grupo de estudo trabalha com um Guia de Vigilância. "Nosso foco é fazer um levantamento ou um tipo de guia, que servirá como instrumento de identificação dos trabalhadores que possam aparecer na Rede de Atenção Primária com suspeita de câncer relacionado ao trabalho. Com esse guia, os profissionais podem ajudar na condução desses trabalhadores, fazendo as notificações dos sintomas que os pacientes mais reclamam. Um exemplo disso é quando um paciente com anemia ou leucemia pode está com suspeita de câncer relacionado ao seu trabalho".
Aqui em Aracaju o número de casos de câncer relacionado ao trabalho ainda é incerto, pois muitas vezes a doença não é relacionada ao tipo de trabalho exercido. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da Saúde de Aracaju, Tereza Cristina Maynard, os trabalhadores que podem ter esse tipo de doença são os frentistas e os profissionais que trabalham com agrotóxicos.
"Eles trabalham com substâncias bastante cancerígenas. E nós fazemos ações educativas e orientamos sobre a segurança no trabalho para que eles fiquem em alerta. Esse é um assunto pouco estudado e precisa ser debatido. Lembrando que o câncer é o estágio mais avançado, mas antes disso pode acontecer uma intoxicação. Então com esse estudo nós podemos evitar até que os trabalhadores cheguem a ter o câncer", finaliza.
