O canto que ecoava por de trás das cochias do Teatro João Costa, anunciava a chegada do grupo de mulheres vindas do norte e nordeste do país. Palavras em defesa das florestas, preservação do meio ambiente, a força da mulher e o respeito ao próximo formam o repertório das 'Quebradeiras de Coco Bababçu', que se apresentaram na noite da última sexta-feira, 24, no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju.
Promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) nacional, a apresentação faz parte do projeto Sonora Brasil, que acontece há 18 anos e tem como objetivo difundir expressões musicais identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil. Pela primeira vez em Sergipe, o grupo formado por oito mulheres dos estados do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins encantou o público.
Maria de Jesus, umas das integrantes, explica que o grupo sempre se apresentava em eventos mostrando as cantorias, mas foi através da Fundação Banco do Brasil no ano de 2005, que ganhou força. “Nós não somos apenas um grupo que canta as músicas da lida. Através da música a gente defende nosso maior patrimônio que é o coco babaçu, este que alimenta e mantém dezenas de famílias”, falou. Além da apresentação com duração de cerca de uma hora e meia, o grupo também trouxe um pouco do trabalho que é feito entre as mulheres, a exemplo de sabão, colares, brincos.
O projeto Sonora Brasil busca despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão da música no país, incentivando novas práticas e novos hábitos de apreciação musical, promovendo apresentações de caráter essencialmente acústico, que valorizam a autenticidade sonora das obras e de seus intérpretes. As Quebradeiras de Coco Babaçu retornam à Sergipe no mês de setembro para uma nova apresentação.