Dia dos Avós é comemorado com música e literatura

Funcaju
29/07/2015 08h34
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A Biblioteca Mário Cabral, localizada no Centro Cultural Cidade de Aracaju (antiga Alfândega), unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), promoveu ontem, 28, uma grande confraternização em homenagem ao Dia dos Avós que envolveu mais de setenta pessoas em atividades culturais. Os idosos puderam se divertir com música ao vivo e experiências literárias.

A ação realizada no Teatro João Costa, visa além de celebrar o dia nacional dos avós, do cantor e do escritor, incentivar a autoestima dos idosos, a prevenção a situações de isolamento social e o interesse pela leitura e escrita.

Para homenageá-los a atividade teve início com a participação do Coral da melhor idade ‘Nova Vida’, projeto realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). Os escritores Antônio Saracura e Expedito de Souza relataram suas experiências e incentivaram o público a desenvolver a escrita a partir de suas histórias de vida. Em seguida, a cordelista Isabel Nascimento recitou poesias e a apresentação do poeta e cantor João Lover que finalizou cantando junto com a plateia. Houve também sorteios de livros dos convidados.

A aposentada Sizeneard Souza, de 88 anos adorou a experiência e falou que incentiva a família em relação à leitura. "Eu fui professora a vida toda e adorava a sala de aula. Tenho oito netos e três bisnetos e tento passar isso para eles. Isso é um exemplo que vamos deixar para as próximas gerações", afirma.

Para Maria Luiza e Josefa Bispo, ter mais de setenta anos não impede de continuar aprendendo. Ambas fazem parte do Núcleo de Pesquisa e Ações da Terceira Idade (Nupati), da Universidade Federal de Sergipe, e vieram prestigiar o evento. "Foi tudo muito bom, cada dia a gente aprende mais em eventos assim. O principal de tudo isso é que você conhece pessoas, faz amizades", conta Maria Luiza.

Josefa conta que houve uma época a escrita foi fundamental na sua vida. "Eu estava com depressão, muito triste. Aí comecei a escrever antes de dormir e ajudou muito, foi uma grande inspiração. Me fazia esquecer os problemas", desabafa Josefa.

Incentivo à escrita

O escritor Antônio Saracura conta que depois que perdeu o emprego, começou a resgatar seus registros cotidianos através de versos e decidiu escrever um livro. "A gente escreve para se liberar de imagens que moram dentro de nós. É uma forma de mostrar o passado e a história aos nossos netos", fala.

Expedito de Souza, comenta que a vida na terceira idade pode ser muito produtiva. Para ele, escrever vem primeiro para satisfação pessoal, depois como um registro para o futuro e como forma de exemplo para os netos. "A nossa memória é um receptáculo de tudo que a gente viveu na vida. É fundamental que o avô repasse as experiências e a vontade de ler", diz.