O Circuito Itinerante Revelando os Brasis apresentou uma mostra de vídeos na noite de ontem, segunda-feira, na Rua da Cultura. A iniciativa, que contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju), faz parte do Circuito de Exibição nas Cidades, que passa por 61 cidades, percorrendo 25 mil quilômetros em todo o país, entre os meses de maio e julho de 2007. Durante a mostra, foi lançado o documentário sergipano Zé Leobino 65 Anos de Cavalhada, que tem roteiro e direção do vaqueiro José Ventura Lins, conhecido na cidade de Canindé de São Francisco como Zé Leobino. No documentário, o vaqueiro relata sua participação nas cavalhadas em Canindé. Segundo a coordenadora do Circuito, Beatriz Lindemberg, o objetivo do projeto é promover a inclusão e a formação audiovisuais nas pequenas cidades, viabilizando a produção de vídeos digitais pelos próprios moradores. Zé Leobino participa da cavalhada desde garoto e para divulgar essa tradição fez sua inscrição no projeto, disse. Além deste vídeo, foram exibidos mais três produções: A Ficção Nelson, de Thalles Gomes Camêllo da Costa (da cidade de Capela), e os documentários Cadê Calabar?, de Joaquim Alves (Japaratinga), e Borboletas, de Vicentina Dalva Lyra de Castro (Piaçabuçu). Oficinas e cursos Todos os documentários desta mostra foram produzidos na primeira edição do Revelando os Brasis, projeto da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e do Instituto Marlin Azul (ES), que viabiliza a produção de vídeos em municípios com até 20 mil habitantes. Os autores participam de oficinas, cursos preparatórios de roteiro, direção, produção e operação de câmera, e depois retornam às suas cidades para transformar suas histórias em vídeos, explicou a coordenadora. Sobre as formas de circulação desses vídeos, Beatriz comentou que a meta é levá-los às pessoas que não têm acesso à produção audiovisual ou salas de cinema. Uma das formas de viabilizar o acesso é agregar as mostras aos projetos e pontos de cultura dos municípios brasileiros. Em Aracaju, a proposta da Rua da Cultura é favorável às metas do Projeto, disse. O idealizador e coordenador da Rua da Cultura, Lindemberg Monteiro, ressaltou a importância da inserção do Projeto Revelando os Brasis na programação da Rua. Esse intercâmbio entre pontos de cultura é fundamental para tornar pública a nossa produção local e, principalmente, conhecer as personalidades como Zé Obino, invisíveis no país, acrescentou. Para a exibição da mostra de vídeo, foi montada uma sala de cinema ao ar livre, com telão e cadeiras para todo o público, em frente à Passarela das Flores, no Mercado Municipal. Aos poucos, o clima do ambiente e o tema dos documentários começaram a atrair a atenção até dos mais inibidos. O vendedor de amendoim, Bruno da Silva, contou que toda segunda-feira vem de Areia Branca para a Rua da Cultura, para vender sua produção e também para aproveitar a programação do evento. Ao ver esse filme do Zé Leobino é como se eu estivesse vendo a minha gente. Eu reconheço o pessoal da roça onde vivo, disse emocionado. O estudante de jornalismo Murilo Andrade, também freqüentador assíduo da Rua da Cultura, elogiou a iniciativa da mostra de vídeos. É importante ter sempre uma programação diversificada aqui na Rua, para que mais pessoas conheçam não só a música sergipana, mas também outras produções culturais como é o caso do documentário, comentou. Pausa para o Forró Caju Além da participação do Projeto Itinerante Revelando os Brasis, a programação da Rua da Cultura de ontem incluiu também o tradicional jogo de xadrez e a apresentação do grupo de capoeira Abadá. É uma vantagem participar hoje deste evento, para divulgar o trabalho desenvolvido pelo grupo e para ampliar o contato com o público, disse um dos integrantes do grupo, Elton da Conceição. Para encerrar a última noite de Rua da Cultura antes do Forró Caju, a banda Naurêa trouxe seu repertório regional para o palco, antecipando as novidades para os festejos juninos. Hoje a Rua apresentou uma sinergia bacana ao combinar cinema e música sergipana, ambos com temáticas regionais, elogiou Alex Santanna, músico da banda.