Temas sociais ganham destaque na premiação do 5º Salão de Fotografia

Cultura
19/08/2015 18h09

A Galeria de Arte Álvaro Santos (GAAS), realizou nesta quarta, 18, a cerimônia de abertura e premiação do 5º Salão de Fotografia promovido pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). A iniciativa abriu espaço para fotógrafos profissionais e amadores, reunindo 53 imagens captadas por 40 artistas selecionados. Neste ano o Salão bateu recorde de inscritos, chegando ao total de 154 trabalhos realizados por mais de 70 artistas.

Durante a abertura, Aglaé Fontes, presidente da Funcaju, destacou que o concurso é uma forma de fomentar e promover a arte fotográfica em Aracaju. “Essa é uma ação que temos muito prazer em realizar. Apostamos nessa iniciativa para prestigiar e abrir caminhos para que novos fotógrafos apareçam, pois é uma chance de ter o trabalho reconhecido e entrar para o mercado”, afirmou.

O Salão de Fotografia, que já é considerado um evento cultural, contou esse ano com o auxílio de oito jurados, todos ligados à área da arte, fotografia e cinema. Para facilitar o júri foi dividido em dois momentos: seleção e premiação. A partir da avaliação da composição, do olhar artístico e da qualidade técnica das fotografias, foi realizada a escolha dos três primeiros lugares.

Javier Valado foi o grande vencedor do concurso com a fotografia “Velocidade”, imagem captada na ocupação Santa Maria, no bairro Siqueira Campos. O segundo prêmio foi atribuído a Mário Sérgio, com a imagem “Sergipe Africano”, fotografada no município sergipano Santa Rosa de Lima. E o terceiro prêmio foi destinado ao trabalho “Moradia”, de Dênio Moacyr, que fez o registro na cidade do Rio de Janeiro. Por fim, as menções honrosas foram entregues a João Luiz Souza Neto (Junior Beira – Mar), Marcelo Hora de Araújo Júnior, A Mariana Pedrosa Costa, Mariana Pedrosa Costa e Arthur Leite     .

Fotografia documental

O ganhador do primeiro lugar, Javier Valado, fala que não há distinção entre profissionais e amadores. “O que existe são pessoas sensíveis, que sabem utilizar a câmera e fazem a fotografia”, diz. O fotógrafo que se considera documentalista explica que primeiro monta um projeto, depois conhece as pessoas e vive em suas realidades. “Dentro do meu trabalho tenho três objetivos muito importantes. O primeiro é a divulgação da história, o segundo é que as comunidades ficam com todas as fotos reveladas e a terceira é formar ali mesmo, outros futuros fotógrafos”, afirmou.

Dênio Moacyr que começou a fotografar há apenas um ano e meio, conta que a imagem também serve para despertar questionamentos e reflexões. “Eu gosto de uma fotografia espontânea, que traga alguma verdade e faça quem a vê, parar e questionar. A fotografia é revelar o invisível. Você tem um instrumento em mãos que não é apenas para registro”, falou.

Já o fotojornalista Mário Sérgio frisou a importância do Salão de Fotografia, destacando que há poucas iniciativas como essa, para um mercado que é abastecido de excelentes fotógrafos. “O Salão já é um evento consolidado e estimula a produção, pois as pessoas que veem esses trabalhos aqui também se sentem incentivados a participar e até aqueles que não se consideram talentosos, podem desenvolver isso se espelhando e inspirando nesses trabalhos”, concluiu.

O Salão de Fotografia faz parte de um conjunto de atividades de fomento à arte e a cultura realizada pela Funcaju. O evento contou com a participação maciça do público e desde a sua criação já investiu mais de 30 mil reais em premiações, estimulando tanto a valorização da fotografia quanto a do próprio artista.