Os mestres do cinema Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, falecidos recentemente, estão sendo homenageados durante este mês pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), unidade da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). Uma pequena mostra de filmes que consagraram a carreira dos dois cineastas está sendo apresentada na unidade. As exibições da mostra acontecem sempre às quintas-feiras, a partir das 19h. O filme a ser exibido hoje é o consagrado ´A Noite´ (La Notte, FRA/ITA, 1960), do diretor Michelangelo Antonioni. Trajetória de sucesso Michelangelo Antonioni nasceu em 1912, na cidade italiana de Ferrara. Despontou na cinematografia italiana com uma forma original de fazer filmes com ´Crimes da Alma´ (´Cronaca di un Amore´, 1950). Em 1960, rodou ´A Aventura´, que receberia o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes. Em seguida vieram ´O Deserto Vermelho´ (´Deserto Rosso´, 1964) e seu período americano com ´Depois Daquele Beijo´ (´Blow-up´, 1966), ´Zabriskie Point´(1970) e ´Profissão: Repórter´ (1974). A crítica de cinema costuma dizer que seus filmes são repletos de beleza visual e possuem uma captação perfeita da alienação dos personagens. O diretor Ingmar Bergman uma vez disse que admirava alguns dos filmes do Antonioni por serem desinteressados e algumas vezes visionários. Sinopse Em ´A Noite´, ainda que mais atento às conseqüências do que às causas, Antonioni busca mostrar que a vida moderna esvazia as relações, turva e corrompe os sentimentos. O filme conta a história de Lídia e Giovanni, um casal que, em meio a festas, traições e flertes, começa a repensar a relação e a questionar o que os fez chegar a tal ponto, depois de dez anos de casamento. Musa Além de dois grandes atores da arte cinematográfica, Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni, a película traz a maior musa do cineasta: Monica Vitti. O diretor consagrou algumas atrizes como suas musas e Monica Vitti se destaca como a estrela de três grandes filmes: ´A Aventura´, ´O Eclipse´ (1962) e ´A Noite´ (1960). Em ´A Noite´, o papel de Vitti é menor, mas não menos importante do que nos outros dois filmes. Vitti catalisa o jogo de ciúmes do casal vivido por Marcello Mastroianni e Jeanne Moreau, fazendo, ao mesmo tempo, o papel de vítima e algoz. Mastroianni encarna um intelectual vaidoso, pronto a se corromper. Moreau faz a mulher à deriva. Ela só consegue se relacionar com o mundo como uma espécie de espectadora. O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira está localizado na rua Lagarto, 2161, bairro São José. Informações: (79) 3211-1505.
