Com um nível de cobertura arbórea abaixo da média como indica a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), 15 metros quadrados de área verde por habitante, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), vem tentando mudar o atual cenário paisagístico da capital sergipana. Por isso, a Sema, a Universidade Tiradentes (Unit) e a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), organizaram o 2º Seminário Aracajuano de Arborização, entre os dias 19 e 20 de agosto, com o objetivo de discutir formas para avançar na gestão e planejamento municipal de áreas verdes em bairros e avenidas.
“Hoje, Aracaju possui apenas quadro metros quadrados de área verde por habitante, esse índice não é o ideal, por isso, elaboramos logo que a Sema foi institucionalizada, o Plano de Arborização de Aracaju e criamos o Comitê de Arborização. Ainda estamos com a nossa consultora administrativa, a engenheira florestal, Carla Zoaid, que está acompanhando o Plano Diretor para que as áreas verdes sejam mantidas e ampliadas nas diretrizes”, declarou o secretário do Meio Ambiente de Aracaju, Eduardo Matos.
O 2º Seminário Aracajuano de Arborização, realizado no bloco G, da Unit, bairro Farolândia, atraiu um público com quase 300 inscritos. Muitos estudantes; professores; pesquisadores e profissionais na área participaram dos três dias de evento. A participação mostra segundo a assessora de Comunicação da Sema, Sheyla Morales, o interesse da comunidade acadêmica em contribuir para o aumento do índice arbóreo na capital.
“Com quase 300 pessoas participando, em sua maioria estudantes e pesquisadores, estamos confiantes de que eles sejam disseminadores do conceito de que a árvore representa vida, uma vez que promove um microclima mais agradável. A meta é plantar 50 mil mudas, e realizar a manutenção correta delas, associando também a campanhas de educação ambiental para que se mude a ideia de que as árvores na porta de casa sujam a calçada com as folhas que caem ou que escondem ladrões”, pontuou Morales.
O primeiro dia de abertura do seminário, 19, mostrou com a palestra “Gestão da arborização no Brasil: desafios e perspectivas”, do presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), André Duarte Puente, que o tema requer um questionamento e reflexão sobre conhecer a condição da cidade contemporânea no Brasil e os elementos que compõem o espaço público das cidades brasileiras.
“Ao pensar em gestão da arborização no Brasil é preciso fazer uma reflexão sobre o que é o espaço urbano e a forma da cidade, se questionamento sobre mobilidade; deslocamento; lazer; estar; fazer; habitar; dialogar e socializar”, disse Puente.
O presidente da SBAU ressaltou também que é preciso levar em consideração os envolventes do espaço coletivo, levantando em discussão os Programas continuados nos bairros em uma gestão social.
Aracaju, por exemplo, sofre com as calçadas estreitas que dificultam o plantio de espécies arbóreas. Esses aspectos relativos ao planejamento municipal de áreas verdes urbanas foram discutidas pela consultora administrativa da Sema e analista ambiental, Carla Zoaid, no segundo dia do Seminário Aracajuano de Arborização Urbana. Além de Carla Zoaid, a engenheira florestal da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Marina Moura, ministrou a palestra “Arborização Urbana e Redes de Distribuição Elétrica”; o professor e engenheiro agrônomo, Antonino Campos, ministrou a palestra “Introdução de espécies nativas na arborização de Aracaju” e a professora Laura Jane ministrou a palestra “Educação ambiental e arborização: a importância da participação social”.