A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), sempre preocupada em melhorar a qualidade de vida e o atendimento aos usuários com transtornos mentais, realizou durante dois dias, 22 e 23, um curso sobre saúde mental para professores e coordenadores de escolas técnicas de enfermagem de Aracaju que realizam estágio nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da Rede. O evento preparatório aconteceu no auditório do Centro de Educação Permanente da Saúde (CEPS).
Segundo a coordenadora do CEPS, Maria José de Freitas Pereira, este evento faz parte das responsabilidades do Centro de Educação, na perspectiva da articulação entre ensino e serviço. "Temos dialogado com as diversas instituições de ensino, seja cursos técnicos ou universidades, a fim de qualificar o processo que envolve a formação dos futuros profissionais do SUS Aracaju. Entendemos que promover a aproximação das Redes de Atenção (Psicossocial, Básica, Urgência e Emergência, Especializada e Trabalhador) com as instituições de ensino diz respeito a potencializar o próprio SUS e à melhoria da assistência ao usuário".
A coordenadora ainda explicou que os participantes desse curso são professores que acompanham alunos na experiência de estágios nos CAPS."É importante construir com eles um novo olhar sobre o tratamento dos usuários de saúde mental. Sair da lógica do hospital psiquiátrico e problematizar o estigma da loucura produzido pela nossa sociedade. As pessoas com transtornos mentais são cidadãos comuns, sujeitos de direitos e devem ser respeitados e tratados em liberdade. Precisamos de professores que acompanhem e multipliquem essas ideias".
Diversos temas foram trabalhados nesses dois dias. Medo, preconceito, discriminação, manicômio deram lugar a respeito, dignidade, cidadania, autonomia, vínculo e cuidado em liberdade. Foram utilizadas metodologias que contaram com a participação efetiva de todos, além de vídeos e apresentação do grupo teatral "Vida em Cena", de usuários e trabalhadores do CAPS III Jael Patrício de Lima.
Para o professor do Curso Técnico de Enfermagem do Senac, Cleiton da Silva Oliveira, é preciso ouvir o que eles têm para falar, ser acolhedores e pacientes. "Precisamos também ser criativos. Estar disponível para o diálogo e a construção de vínculo. Assim poderemos cuidar melhor. Os nossos alunos precisam sentir essa segurança em nós e assim poderão se formar numa perspectiva mais humanizada".
