Curso de Sommelier encerra primeiras turmas e aprimora currículo dos alunos

Formação para o Trabalho
07/12/2015 09h01
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No universo da gastronomia e da culinária, o profissional encarregado e especializado pelo conhecimento dos vinhos é intitulado com um nome de origem francesa: sommelier. Pela primeira vez, a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas), ofereceu aos aracajuanos um curso profissionalizante destinado a este público. Dividida em duas turmas, a capacitação foi ofertada por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

As aulas vinham acontecendo desde o dia 21 de setembro e foram encerradas na última quinta-feira, 3, totalizando 200h. "Tínhamos 2h teóricas, com livros, filmes e slides, e 2h práticas", explica o instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Sílvio Costa, formado há oito anos pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). "As atividades eram direcionadas à leitura e a trabalhos sobre uma uva específica", complementa.

O conteúdo foi dividido em cinco módulos: Organização do Trabalho, Introdução à História da Gastronomia, Ética, Introdução à História do Turismo, Higiene e Manipulação. Ao receberem o certificado do Pronatec, os 34 egressos poderão aconselhar os clientes na escolha do vinho e na harmonização com os alimentos, executar a organização e controle das adegas, entre outras funções. "Quando falávamos da região da Toscana [Itália] ou de Bordeaux [França], degustávamos um vinho daquela região", lembra Sílvio Costa, destacando o viés prático.

Despertando aptidões

Em comum, a disposição dos alunos era uma só: adquirir um tipo de aprendizado que os diferenciasse no mercado de trabalho. "Tem sempre essa curiosidade de querer saber um pouco mais. Foi para agregar valor à profissão", afirma o professor de Gastronomia Orestes Santos da Cruz, que se dedica ao ramo da confeitaria. "O pessoal sempre busca a harmonização. Em algumas preparações de bolos, também usamos vinhos", pontua Orestes.

Para a técnica em Nutrição Ilana Laryssa, a qualificação tornou realidade um desejo postergado. "Era um curso que eu sempre tive vontade de fazer. Em São Paulo, ele custa quase R$ 4.000,00 e com uma carga horária menor do que esse", compara a aluna, evidenciando a satisfação pela etapa concluída. "É um sonho para mim. Os vinhedos, os aromas, o engarrafamento nos barris de carvalho.... A história do vinho é encantadora", comove-se.

E não parou por aí: Ilana comprovou que prestou atenção às aulas - "no preparo de carnes, o vinho dá uma maciez gostosa" -, incorporou o espírito de sommelier e deixou suas sugestões. "As dicas que dou são o Malbec, Cabernet Sauvignon e o Merlot. Mas também encontramos vinhos maravilhosos no Vale do São Francisco [Petrolina/PE] e na Serra Gaúcha", aconselha.

Há 11 anos atuando como garçom, George Silva já trabalha em um restaurante da capital que possui uma enoteca (estabelecimento destinado à comercialização de vinhos). "O professor disse que me vê como ele era antes. Isso me emociona", relata, numa referência ao instrutor Sílvio Costa, que foi garçom no começo da carreira. "Fiz para poder crescer e despertar algo a mais. É um somatório para o meu sucesso no amanhã", diz George, que pensa além. "Minha vontade agora é um curso de inglês. Para o meu plano de carreira, seria fundamental".