A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), continua intensificando as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus (esta última relacionada aos casos de Microcefalia). Após o decreto de Situação Excepcional de Emergência em Saúde Pública em Aracaju, de 30 de novembro, a SMS reforçou o trabalho que é realizado diariamente para eliminar os focos do mosquito e principalmente para orientar a população. Também estruturou toda a rede de Saúde para atender as gestantes e recém-nascidos com Microcefalia.
As ações de combate ao Aedes ganharam força em dezembro, com a participação dos Agentes Comunitários de Saúde e de 33 homens do Exército, que, juntos com os Agentes de Endemias, realizaram 8.449 visitas durante as forças tarefas, além de 34.672 imóveis no trabalho diário dos agentes, realizado em todas as regiões da capital sergipana.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue, Zika e Chikungunya, Taíse Cavalcante, após o decreto de situação de emergência, os bairros visitados durante os mutirões foram Santos Dumont, José Conrado de Araújo, Coroa do Meio e 18 do Forte. “Nós estamos intensificando as ações nos bairros que de acordo com o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) está com alto índice de infestação, ou que teve maior número de pessoas doentes nas localidades. Vale ressaltar que as ações que antes eram desenvolvidas com 50 agentes de Endemias, aumentaram agora para 100 agentes (50 de Endemias e 50 Comunitários de Saúde) durante as forças tarefas, normalmente realizadas aos sábados, e mais 33 homens do Exército”.
Taíse ressalta que a parceria com o Exército está sendo de grande importância na intensificação das ações. “Os soldados que estão atuando junto com os agentes foram capacitados em relação ao cuidado no campo e em relação às doenças. Todos estão atuando juntos de segunda a sábado, desde o dia 12 de dezembro”, informou. Até o momento, essas intensificações já contabilizaram 8.449 visitas (que incluem residências e estabelecimentos comerciais), 100 focos encontrados e 982 reservatórios tratados. No bairro Santos Dumont, o índice de infestação do mosquito foi de 3.1; já no José Conrado de Araújo foi 1.4; no bairro Coroa do Meio, 1.0 e no 18 do Forte, 0.9.
Orientação à população
Ainda segundo a coordenadora Taíse Cavalcante, esse assunto já é antigo, mas a população ainda precisa se conscientizar. “Não é uma questão que estamos falando agora, pois desde 1997 que o município de Aracaju vem abordando esse tema como uma forma de educação em saúde. Se a população não abraçar essa causa e perceber a gravidade da situação, não teremos um resultado positivo. Os órgãos públicos precisam fazer a parte deles, garantido água encanada, recolhimento do lixo e os agentes na rua trabalhando, mas a responsabilidade da casa de cada um depende do morador, pois é um trabalho que precisa ser diário. Os agentes trabalham em todo o bairro e, no mínimo, a cada dois meses eles devem estar retornando às casas. O restante dos dias do ano, é o próprio morador que precisa tomar o cuidado diário para evitar locais que sirvam de criadouro do Aedes, que seriam os locais que acumulam água limpa e parada”, destacou.
Casos de Microcefalia
Segundo os últimos dados divulgados pela Vigilância Epidemiológica de Aracaju, foram notificados 38 casos de Microcefalia em nascidos vivos da Capital. Para o coordenador da Rede de Atenção Primária (Reap), Murillo Oliveira, a equipe das Unidades de Saúde da Família (USF) estão fortalecendo o pré-natal e o acompanhamento a todas as gestantes. “Nosso foco principal é fortalecer o pré-natal garantindo a ultrassonografia ainda no primeiro semestre da gestação, para que possamos identificar já na quarta semana de gravidez se há alguma alteração no bebê. Caso a criança nasça com alguma malformação, será encaminhada para o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemca), que funciona no Cemar Siqueira Campos. O Programa Saúde da Criança também acompanha todo o tratamento e encaminhamento dessas crianças que são atendidas pelo SUS”, explicou.
Atendimento às gestantes
A SMS também estará ofertando em oito Unidades de Saúde da Família (USFs) atendimentos psicológicos para as gestantes. O objetivo é promover ações preventivas de esclarecimento a cerca da condição de saúde da mãe e do bebê, além de ofertar um suporte emocional, minimizando possíveis ansiedades, dúvidas e medos em relação ao processo gestacional. Cada região terá uma unidade de saúde de referência, que são as USFs: Augusto César Leite, Osvaldo Leite, Dona Sinhazinha, Adel Nunes, Cândida Alves, Porto Dantas, Eunice Barbosa, Onésimo Pinto e Walter Cardoso.
Para que a gestante se previna contra o Zika Vírus, é necessário continuar adotando medidas que possam reduzir a presença de mosquito Aedes aegytpi, transmissor da doença, com a eliminação de criadouros (retirada de recipientes que tenham água parada e cobertura adequada de locais de armazenamento de água) e a utilização de calça e camisa de manga comprida, além da aplicação de repelentes indicados para gestantes. A manutenção de portas e janelas fechadas ou com telas também faz parte das recomendações.
