Vinte e seis artistas plásticos estarão participando da exposição “Aquarelas do Brasil”, no período de 18 a 30 deste mês, no Mirante da 13 de Julho, unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). A iniciativa é da Associação dos Artistas Plásticos de Sergipe (Aaplasa), em parceria com a Funcaju. A vernissage será iniciada às 19h, com a mostra de esculturas e quadros com temas livres.
Todos os artistas são associados à Aaplasa. “Muitos espaços em Aracaju são fechados para o artista. A nossa proposta é lançar no mercado artistas novos e prestigiar aqueles que são veteranos, reunindo-os numa mostra especial”, afirmou o presidente da entidade, artista plástico e professor, Chico Só, destacando que nunca uma obra é perfeita. “Existem obras belas, mas não são perfeitas. Lembro que o artista está num constante aprendizado”, esclareceu.
Perguntado sobre como definiria arte, como a vê em sua expressão maior, Chico Só foi específico: “Arte é uma releitura da natureza”, explicando que tudo o que o artista passa para a tela está presente na natureza. “Somos movidos pela inspiração. Acho que o artista pinta melhor quando está triste. É o momento em que ele joga tudo para fora. Pintar é o reflexo do seu eu. É ir profundamente na alma”, exemplificou.
A Aaplasa é uma entidade que concentra mais de 55 associados e, para integrá-la, o pretendente precisa preencher alguns requisitos, conforme rege o estatuto. “Somos uma instituição séria e que valoriza o artista. Portanto, seguimos à risca o nosso estatuto e que vem dando certo em cinco anos de fundação”, certificou Chico.
Exposição
Além dos sergipanos, a exposição coletiva reunirá artistas estrangeiros e de outros estados, radicalizados em Sergipe, a exemplo do alemão Manfred e da italiana Helo D’Carli. As esculturas que serão expostas foram produzidas pelos artistas Edu Maia e Ronaldo Lima.
“Aquarelas do Brasil” reunirá artistas que desenvolveram os seus trabalhos com temas livres. O público que comparecer ao Mirante terá a oportunidade de apreciar quadros e esculturas com várias vertentes como aquarelas, acadêmico, contemporâneo, natureza morta, surrealismo e o dadaísmo (deformação do que é belo; a maneira que o artista vê pelo outro lado da obra).
Expositores
Dentre os 26 artistas que irão expor no Mirante, está o itabaianense Silas Major, de 64 anos. A sua paixão pela pintura começou aos 10 anos. Uma mistura de timidez e receio de se ver sem os seus quadros o impediu de participar de exposições até o final de 2014. A sua história e experiência em exposições começou a partir do momento em que sua esposa o induziu a dar um “jeito” em mais de 100 quadros que mantinha como relíquias em sua residência.
Considerando que Major é pastor evangélico, resolveu espalhar os seus quadros na igreja em que congrega. “Não deu outra” diante do sucesso. “Foi um enxame com elogios. Vendi mais de 80 quadros”, explicou o artista, lembrando que, a partir daquele momento, passou a acreditar mais no seu potencial e a participar de exposições que somam cerca de nove.
Em “Aquarelas do Brasil”, Major estará expondo duas obras, ambas medindo 60X80cm – Cavalo Branco e Gato com copo de leite. “Por mais que a gente pinte, estamos sempre aprendendo”, finalizou o artista.
Também integrando a exposição, está o artista plástico Carlos Conrado, 29 anos. O artista é baiano e reside em Aracaju desde o ano 2000. Os seus primeiros passos na pintura foram registrados aos 14 anos e, aos 16, participou da exposição “Salão dos Novos”, realizado na também unidade da Funcaju, Galeria de Arte Álvaro Santos. A partir daí, deu início a uma sequência de exposições em Sergipe e outros Estados como Bahia e Minas Gerais. Sua técnica é desenvolvida em óleo sobre tela. “Gosto muito do surrealismo e dadaísmo”, confirmou.
A abertura da mostra acontecerá na próxima segunda-feira, 18, a partir das 19h com entrada franca.