Psicólogos da Regional Aracaju participam de encontro sobre a Microcefalia

Saúde
29/01/2016 17h10

Na tarde desta sexta-feira, 29, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu um encontro com psicólogos para realizar uma sensibilização sobre a Microcefalia. O encontro aconteceu no auditório da Diretoria da Vigilância Sanitária Estadual e teve o objetivo de mostrar aos profissionais como está sendo realizado o atendimento psicológico em nove Unidades de Saúde da Família (USFs) da capital para as gestantes com diagnósticos de Zika Vírus, puérperas com bebês com Microcefalia e também para as gestantes que tiveram sintomas de Zika ainda sem confirmação. Estiveram presentes psicólogos da Regional Aracaju, que é composta por profissionais de sete cidades (Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Laranjeiras, Rosário do Catete, Divina Pastora, Riachuelo, Nossa Senhora do Socorro e Itaporanga).  

De acordo com a coordenadora da Referência em Saúde Mental da Rede de Atenção Primária, Dalyanne Oliveira, essa reunião serviu para apresentar aos psicólogos, que fazem parte da regional de Aracaju, como o trabalho foi iniciado na capital. “Mostramos a esses profissionais como Aracaju realizou esse serviço, como foi organizado esses atendimentos às mães e gestantes. Nosso foco é passar as orientações para que esses profissionais atendam as mães de outros municípios, pois, é preciso ter o olhar mais cauteloso nesse momento, tanto para a mãe quanto para o bebê”, afirmou.

Dalyanne ainda ressaltou que esse atendimento em Aracaju já iniciou, mas que ainda não tem um número expressivo de mães e gestantes. “Estamos passando por uma situação atípica, pois estamos com 50 gestantes realizando esse acompanhamento, mas nós percebemos que algumas não estavam dentro do serviço porque são gestantes em passagem, que moram fora e vieram ter seus bebês aqui na capital, ficaram o período do resguardo na casa de algum familiar, mas que irão retornar para suas cidades. Temos também uma outra questão para não alcançarmos um maior número de mães, já que algumas ainda sentem vergonha e receio de procurar o nosso serviço, por conta dos comentários de familiares e de pessoas conhecidas, ou seja, infelizmente ainda tem um certo preconceito quanto a isso”, informou.

O psicólogo de São Cristóvão, João Douglas, participou do encontro e afirmou que o objetivo foi de compartilhar as experiências e ouvir o que os profissionais de Aracaju já estão realizando para oferecer um atendimento adequado para as mães e os bebês. “Em são Cristóvão já foram confirmados seis casos de Microcefalia, mas os profissionais de psicologia ainda não estão realizando esse trabalho com as mães e as gestantes. Essa capacitação faz com que a gente entenda melhor como acolher os casos para que seja realizado esse trabalho também na nossa cidade. Está sendo um momento muito importante, pois aqui eles nos passam ideias e trocam experiências para que também possamos realizar esse trabalho de apoio psicológico”, disse.

A referência em psicologia de Aracaju, Camila Oliveira, explicou que, na capital, são quatro psicólogos que estão realizando os trabalhos nas nove unidades de saúde.  “Essas mães e gestantes já estão sendo atendidas pela unidade de saúde, realizando o pré-natal e sendo acompanhadas por outros profissionais. São as equipes de saúde que direcionam essas mulheres até nós. Estamos, atualmente, atendendo mais as mães com bebês que já nasceram com a Microcefalia. Esse é o público que mais procurou as unidades para receber apoio psicológico e as maiores dúvidas que encontramos delas é sobre o futuro de seus bebês, como seu bebê será afetado, quais as sequelas e até mesmo se o filho irá se desenvolver. Recebemos também relatos de mães que se sentem angustiadas com o que outros  falam do seu bebê. Então, nosso papel é ouvir essas angústias, tentar amenizá-las e levar informações sobre a doença, para que se fortaleça esse vinculo entre a mãe e o bebê e para que elas não se desesperem nesse momento difícil”, finalizou a psicóloga.