NPDOV realiza primeiro cine debate do ano

Cultura
25/02/2016 15h06

A história real sobre a paixão de duas mulheres na década de 80 trouxe à tona na sala Walmir Almeida, no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), um dos assuntos mais debatidos nos últimos tempos: a homofobia. ‘Amor Maldito’ foi o filme escolhido pelo Núcleo de Produção Orlando Vieira (NPDOV), unidade da Funcaju, para abrir a temporada de debates no espaço.

Sob a direção de Adélia Sampaio, o filme que tem duração de uma hora, atraiu pessoas como Alex Santiago, que instigado pela sinopse compareceu a exibição para saber mais sobre o filme. “Ao ler a sinopse eu me interessei de cara, pois um filme com esse tema nos dias atuais já é um tabu imagina há 30 anos”, disse o jovem.

Curiosidades sobre as filmagens, o resgate da história e da própria dificuldade enfrentada para levar o projeto adiante foram debatidos. De acordo com a diretora do longa, o propósito de reexibir o filme é evidenciar ao público que independente da época em que o assunto seja abordado, o preconceito é o mesmo.

“O filme trata um assunto que ainda é tabu na sociedade, mas é real. A história abordada é real. E isso nos faz pensar o porque a sociedade se sente tão incomoda quando se fala sobre a homossexualidade. O filme retrata isso, mas mais que isso, ele aborda o sofrimento de uma mulher que foi acusada injustamente de assassinar sua companheira. Então, a gente ainda se pergunta, quais são os valores?”, completou.

Outro ponto abordado durante o debate foi a valorização das produções brasileiras pelos próprios brasileiros. Adélia explicou que infelizmente ainda há preconceito pelas produções brasileiras. “Hoje, nós que fazemos filme temos que agradar primeiro o americano. Se ele gostar o brasileiro vai gostar. É difícil fazer arte no Brasil, e isso independe de década”, concluiu.

O filme reuniu personalidades sergipanas a exemplo da cineasta Ilma Fontes. Além disso, a exibição proporcionou ao telespectador a apreciação de um dos trabalhos do sergipano César Macieira, cuja a família doou parte do acervo pessoal do ator ao próprio Centro Cultural.