Para quem compareceu ontem, 10, ao Centro Cultural Cidade de Aracaju, na sala de exibição cinematográfica passou momentos agradáveis, de entretenimento. Foi a sessão da tarde. O público, prestigiou a II Mostra de Mulheres na Direção", uma realização da Fundação Cultural Cidade de Aracaju, através do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira. Mulheres recém formadas em audiovisual e outras que já são profissionais na área, mostraram toda a sua plenitude na direção de filmes, a exemplo de Fernanda Almeida que com o filme "Jardim", retratou por meio de personagens a realidade do Conjunto Jardim.
Na expectativa, o público aguardou ansioso para o começo da sessão que foi iniciada às 15h. Na tela, o filme "Judith Melo", das diretoras Fátima Góes e Gabriela Caldas, que teve uma duração de 15 min. Também, "Marizete", com a direção de Amanda Amaro, Diogo Teles e Vivian Soraya, também com 15min. A realidade entre o cotidiano e a pintura foram retratadas por meio do filme "Conflitos e Abismos", de Everlane Moraes.
Jardim
A jovem Fernanda Almeida, 27 anos, não se restringiu em retratar no seu filme "Jardim", toda a potencialidade que uma comunidade pode ter e tem. O seu foco foi o Conjunto Jardim, localizado no município de Nossa Senhora do socorro. A diretora mostrou as diversidades existentes naquele local, envolvendo a violência, o preconceito, além da religiosidade. E, num contraste, mostrou o outro lado que reforça o convívio diário dos moradores, a força, a amizade e a vertente apaixonante de morar no local.
No filme, nove personagens resgatam a história da comunidade. A empregada doméstica Acácia, moradora daquela comunidade há 30 anos, conta com detalhes como era o local e as dificuldades enfrentadas para conseguir emprego, diante da discriminação. "Ah, quando a gente dizia que morava no Conjunto Jardim, as agências nos descartava imediatamente", reforça o personagem.
Outro protagonista do filme é o seu Cardoso, proprietário de uma mercearia e um dos fundadores do local. A violência, assaltos ao seu estabelecimento são registrados em seu depoimento. Também em destaque, a rezadeira Vó Jandira e o pai de santo Gegê, que são muito solicitados pela comunidade.
"Cinema é a realidade. É um emaranhado de imagens que a gente vê no dia a dia", afirma Fernanda, acrescentando que uma criança correndo é uma imagem, como o vendedor de picolé.
A diretora explicou que a experiência foi muito boa. "Falar de algo que conhecemos é apaixonante. Retratei sobre um local onde também temos pessoas trabalhadoras e honestas", finalizou.
Mostra
A mostra tem continuidade amanhã (sábado). A sessão será iniciada às 10h, com os filmes "Cartão Vermelho", direção de LaisBodanshy; ""Messalina", de Cristiane Oliveira; "Desventuras de um Dia ou a Vida não é um Comercial de Margarina", de Adriana Meirelles; "Dalva", de Caroline Leone; "Estória Alegre", de Cláudia Pucci. Vale lembrar que especificamente para estes filmes a censura é 16 anos.