"Papel, tinta e pincel, todos com boa qualidade". Esses são os apetrechos necessários para um aquarelista, definido pelo professor da Universidade Estadual da Bahia e aquarelista, Luiz Neto, que ministrou curso na última sexta-feira e último sábado, na Galeria de Arte Álvaro Santos, unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O workshop é resultado da parceria entre a Funcaju e a Associação Brasileira de Aquarela e da Arte sobre Papel (Aba). Paralelo ao curso também esteve exposta a mostra "Aquarelas", que já passou por vários países.
Luiz Neto, que também é doutor em psicologia social; psicanalista e antropólogo, retratou sobre o básico da aquarela, a técnica, o material necessário e composição plástica. Participaram do workshop 30 pessoas, que, acima de tudo, gostam de pintar. A proposta do aquarelista é montar uma exposição com quadros confeccionados pelos participantes, como resultado do trabalho realizado.
Neto explicou que aquarela é tinta sobre tinta. "É uma técnica disciplinada. Quando começa, tem que ir até o fim", lembrou, acrescentando que é importante saber como misturar as tintas.
O aquarelista destacou que a aquarela evoluiu, saindo do clássico para algo mais extenso, mais denso. Na oportunidade, citou livros importantes que podem ajudar os participantes a dar sequência as técnicas da aquarela. "É preciso gostar daquilo que quer produzir", informou.
Durante o curso, o professor comentou que o Nordeste tem uma variação muito grande de cores encontradas na fauna e na flora. "Temos rios com tonalidades diferentes. O desenho de observação é importante para o que se quer produzir. Aquarela é pensada e repensada. Não se faz da noite para o dia", enfatizou.
Perguntado se é possível fazer aquarela em tela, o aquarelista respondeu que sim, embora alguns países não reconheçam. Além disso, o professor retratou sobre os efeitos que muitos materiais podem fazer na aquarela, a exemplo da escova de dentes, a bucha vegetal e outros.
Exposição
A exposição Aquarelas contempla 31 trabalhos de artistas nacionais e internacionais, integrantes da Aba, com sede em São Paulo. Os quadros já passaram pela Bolívia, Paquistão, Suíça, Bulgária, entre outros. De 1º a 15 de junho, a exposição estará no Cultart, da Universidade Federal de Sergipe. Depois seguirá para São Paulo e Alexandria, no Egito.
Participam da exposição os artistas Luiz Neto, Rosemary Granata, Marina Martinelli, Iole Di Natale, Célia Custarella, Antônio Carlos Rampazzo, Zilá Troper, entre outros.
