Romanceiro Sergipano é destaque no segundo dia da jornada de estudos

Funcaju
23/08/2016 16h44
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Dando continuidade a semana dedicada ao folclore, o Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), recebeu na manhã de hoje, 23, o pesquisador Dr. Jackson da Silva Lima, que lotou o Teatro João Costa, localizado na unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O tema em debate no segundo dia da Jornada de Estudos foi “O Romanceiro e sua expansão em Sergipe”, onde o pesquisador dividiu um pouco das suas experiências e pesquisas com educadores da rede municipal e estadual.

A palavra romance tem origem no termo medieval “romanço”, que designava as línguas usadas pelos povos sob o domínio do Império Romano. Derivados da Europa, a expansão dos textos em Sergipe ocorreu graças às cantigas folclóricas intermediárias, que realizavam um intercâmbio entre as cantorias e a população. Presentes em nosso cotidiano e importantes para a formação intelectual de toda a criança, o romance designa um papel importante e está atrelado também ao nosso folclore, pois é através dele que muitas de nossas histórias são eternizadas.

O pesquisador explicou que o romanceiro é um ramo do folclore onde é composto por um romance poético, tendo como maior característica o drama, que é uma ferramenta capaz de segurar o leitor, pois mexe com a emoção. Para criá-lo Lima disse que há uma regra e está deve ser seguida a risca. “Para ser considerado um romance é necessário ser composto por sete sílabas e os versos pares devem conter rimas. Uma das principais características deste tipo de conto é o drama, talvez o mais conhecido”, relatou.

Ainda segundo Jackson da Silva Lima, o romance poético está presente em todas as partes do mundo, sendo suas características estabelecidas através da cultura popular de cada região. “O romance está ligado diretamente ao folclore, as narrativas e vivências de cada povo. O resultado de sua construção e forma dependerá sempre das ações, da cultura estabelecida e da prática de cada povo”, disse.

Outro ponto que o pesquisador chamou a atenção foi para o mau uso das novas tecnologias, destacando as redes sociais facebook e whatsaap. Segundo Jackson o avanço tecnológico está distanciando as tradições culturais às devidas práticas. Quanto mais o homem avança, menos ele sabe.

“De que adianta estar presente virtualmente se o ser humano deixa de conviver com aquilo que de fato é seu. As tradições, as conversas em roda, as brincadeiras e as demais práticas culturais vêm morrendo a cada dia. É necessário que a gente avance, mas em todos os aspectos, para que as futuras gerações não sofram com a perda de identidade”, completou.

Além do pesquisador Jackson da Silva Lima, o segundo dia de palestras contou também com a participação do professor Antônio Ponciano de Bezerra. Pesquisador da Cultura Popular e docente da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ponciano falou sobre “O conto popular- da pesquisa à ação”. Ambas as palestras integram a programação especial alusiva ao mês do folclore preparada pela Funcaju. A programação segue amanhã, 24, com palestra sobre como trabalhar o folclore na educação, que será proferida pela professora Aglaé Fontes, às 9h, no Centro Cultural.