O Simpósio de Música Nordestina termina hoje, 26, e teve como palco o Teatro João Costa, no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento realizado entre a Funcaju em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) recebeu palestrantes de várias partes do país, em especial dois aracajuanos, que tiveram a oportunidade de apresentar os resultados de suas pesquisas.
Com os temas “VOGA- Observações sobre uma imersão musical pelo Rio São Francisco” e “Versatilidade e Prática Criativa: influências e referências no forró de Dominguinhos”, Alisson Couto e Lucas Campelo, respectivamente, mostraram um pouco da diversidade cultural existente no nordeste brasileiro.
Por se tratar de um trabalho realizado às margens do Rio São Francisco, VOGA, que significa “remada”, foi o titulo escolhido para o nome do álbum resultante do trabalho feito pelo grupo Coutto Orquestra. “As pesquisas foram realizadas sob as águas do Velho Chico. Escolhemos o nome ‘voga’ por se tratar de remar, que foi o que mais fizemos durante o trajeto”, afirmou o pesquisador e compositor, Alisson Couto.
A pesquisa, que foi executada por 15 integrantes, entre eles quatro músicos, três cinegrafistas e dois produtores, resultaram em um diário de viagem onde conta como foi realizado todo o percurso, evidenciando os momentos especiais e suas dificuldades. Além do CD, a pesquisa teve como frutos também uma exposição fotográfica, um vídeo documental e uma turnê, que será realizada em algumas capitais do país, incluindo Aracaju.
O trabalho retrata um pouco da diversidade cultural da região ribeirinha, mostrando como as tradições da população, suas músicas e etnias sobrevivem ao tempo e a própria tecnologia. “Nosso trabalho foi feito justamente para mostrar como a população ribeirinha é rica em cultura, como eles têm festas bastante tradicionais e também ressaltar a importância do Rio São Francisco, que é um dos rios mais importantes do país”, completou o pesquisador.
Um olhar sob a música de Dominguinhos
O músico e pesquisador, Lucas Campelo, mostra em sua palestra que traz como tema “Versatilidade e Prática Criativa: Influências e referências no forró de Dominguinhos”, um pouco do trajeto do forró tradicional e sua importância para as novas ramificações do ritmo mais popular do nordeste. “Meu trabalho mostra um pouco sobre a música de um dos homens mais importantes do forró e suas transformações”, afirmou.
Segundo Lucas, eventos como o simpósio deu a oportunidade das pessoas conhecerem um pouco mais sobre a música e a cultura da região. “Eu fico muito feliz em participar do evento, porque aqui é a grande oportunidade de mostrar resultados da pesquisa que realizamos. Nosso trabalho ajudará a população a conhecer um pouco mais sobre a nossa cultura e nossos ritmos”, relatou emocionado.
Simpósio
O simpósio que aconteceu nos dias 25 e 26 de agosto, no Teatro João Costa, localizado no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega) faz parte da programação folclórica da Funcaju. O evento mostrou um pouco da diversidade musical da região nordestina e trouxe grandes nomes da música popular, a exemplo de Silvério Pessoa.