“É muito complicado se sentir acuado em seu ambiente de trabalho. Quando o ambiente de trabalho é uma escola isso se torna ainda pior. Mas, tenho percebido que a sensação de segurança tem aumentado, não só em nós, do corpo docente, mas entre os alunos também”. Esse é o relato de Elienai Goes de Faria, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, localizada no bairro Siqueira Campos, e uma das 74 escolas municipais que, desde 2014, contam com o serviço da Ronda Escolar.
A preocupação da gestora escolar foi o que também norteou a Guarda Municipal de Aracaju (GMA) a implementar a Ronda Escolar. Através de uma avaliação criteriosa das escolas municipais, a GMA traçou o perfil de atuação e iniciou os trabalhos no sentido de garantir, não somente a segurança nas instituições de ensino, mas também zelar pelo direito ao livre acesso à educação.
“A Ronda tem os horários para passar pela escola, porém, se em algum momento do dia acontecer uma situação que necessite da atenção da Guarda, basta ligarmos que somos atendidos prontamente. Isso faz muita diferença, ainda mais quando o perigo se encontra fora da escola”, contou Elienai, ao revelar que já houve situações de a GMA atuar para coibir pessoas de fora da instituição que queriam jogar drogas para dentro da escola.
Para que a Guarda pudesse atuar, foi feito um estudo que levou em consideração as escolas com os maiores índices de incidentes envolvendo ações criminosas ou de cunho violento. As 74 escolas municipais foram catalogadas e divididas em cinco setores por onde o trabalho da Ronda se divide de acordo com os horários de maior movimentação nas escolas e no entorno delas.
“Contamos, hoje, com duas viaturas para fazer esse trabalho nas escolas. Por dia, visitamos uma média de 25 escolas e fazemos o registro em cada uma delas. Sempre procuramos ouvir a diretoria para que, mesmo que no momento em que estamos lá não haja nenhuma situação vulnerável, sabermos como podemos auxiliar nos horários em que não estamos e se há algo suspeito ou preocupante em outros momentos”, explicou o coordenador da Ronda Escolar, o supervisor André Luiz.
A base da Ronda Escolar fica situada no Caic da Escola Municipal Prof. José Antônio da Costa Melo, no Getúlio Vargas e, de lá, todo o trajeto é organizado para melhor atender as demandas em cada escola. “Procuramos estar nas escolas nos horários da entrada e saída de alunos, mas, não somente. Mantemos um canal aberto com a direção das escolas para, caso haja necessidade, atuarmos em qualquer outro momento”, frisou o coordenador.
O início do ano letivo é o momento em que a Ronda procura atuar de forma ainda mais intensa já que, além dos novos alunos, as escolas também passam a ser mais visadas. Segundo o coordenador André Luiz, a maioria das ocorrências nas escolas é de arrombamento. “É por isso que voltamos às escolas quando as aulas terminam. Sabemos que alguns indivíduos esperam a movimentação acabar ou diminuir para poderem atuar. Já tivemos muitos casos de arrombamento em escolas da capital e, a cada dia, procuramos intensificar esse olhar para a Ronda com o intuito de garantir o direito à segurança e à educação”, reforçou André.
A secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite, destacou a importância da atuação da Ronda Escolar. “A Ronda é uma parceira importantíssima no cotidiano da escola, no que se refere à segurança e à tranquilidade na relação da escola com a comunidade. Ela não tem um papel coercitivo, ela tem um papel educativo, por estar lá instruindo a população na defesa do patrimônio e da segurança da escola. Essa parceria ainda tem que ser reforçada e ampliada, e essa é a meta do prefeito Edvaldo Nogueira”, salientou a secretária.
Para Bonifácio Viana, secretário da Emef Prof Alcebiades Melo Vilas Boas, até os alunos se sentem mais à vontade. “Percebo que eles têm mais confiança em ir para a escola porque sabem que a GMA estará presente. Eu que trabalho na educação também me sinto mais tranquilo ao ir trabalhar e, além disso, pelo que estou vendo do empenho da Ronda, prevejo um bom futuro para a segurança nas escolas”, disse.