Assistência resgata agricultura urbana como alternativa para segurança alimentar

Família e Assistência Social
10/05/2017 08h47
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Plantar, colher e comer o que se planta. Diferente do que este ciclo sugere, tudo isso pode ser uma realidade também das pessoas que moram fora do campo. Diante da necessidade de inserção a uma rotina de alimentação mais saudável e acessível, a Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Semasc), através do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, realizou na tarde desta terça-feira, 9, uma roda de conversa sobre agricultura urbana na Cooperativa de Reciclagem do Santa Maria (Coore), localizada no Bairro Santa Maria.

Mais antiga do que o surgimento das cidades, a atividade ressurge como alternativa para os altos preços praticados no mercado tradicional e vem se consolidando com cada vez mais adeptos, numa mescla de fatores como educação e preservação ambiental, saúde, consumo consciente e até economia financeira.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Semasc, Ivan Siqueira, a produção urbana ainda é de execução e manejo pouco conhecidos, mas surgiu dos próprios cooperados o desejo do cultivo. "O primeiro contato que nós tivemos com eles foi pelo CRAS. Estamos aqui então para uma primeira conversa, para entender o interesse deles para a produção desses alimentos.", explicou.

O engenheiro agrônomo ainda destacou que, neste caso, identificou-se que os cooperados têm aptidão para criar uma logística que atenda a demanda alimentícia de todas as famílias envolvidas no projeto. "Atualmente a Coore possui 18 trabalhadores e no terreno que eles têm disponível dá para cultivar várias hortaliças, ervas medicinais e até algumas árvores frutíferas para alimentar todas as famílias. Em algumas oficinas pretendemos ensinar e acompanhar todo o processo. Assim eles poderão explorar esse potencial.", finalizou.

Como presidente da Coore, Marilene Alves sabe muito bem que a própria realidade financeira e dos colegas de cooperativa não condiz com um grande poder de compra, quando colocado na ponta do lápis o que sobra para cada um ao final de cada mês. Com uma renda atual que chega a cerca de R$300, ela reconhece a dimensão de se procurar alternativas para continuar mantendo o alimento na mesa. "Se a gente sabe que pode plantar para comer, vamos fazer. O importante é que a gente possa aprender, plantar e - se der - ganhar até um dinheirinho com o que sobrar."

Terreno fértil

Desde o ano passado o vigilante da Coore, Damião Bezerra, faz alguns experimentos bem sucedidos no terreno. De lá para cá, já colheu mamão, milho, batata inglesa, macaxeira, quiabo, amendoim e até feijão de corda. Atualmente cultiva alguns pés de maracujá e de inhame que, dentro de dois meses, já estarão prontos para a colheita.

"Ano passado a gente até ganhou um pouco de dinheiro com o amendoim que sobrou. A terra aqui é boa e grande, só precisa ser melhor preparada. Com a parceria da Prefeitura a gente espera poder plantar muito mais coisa para alimentar nossas famílias.", afirmou.