Funcaju inicia I Fórum Sergipano de Cultura Indígena

Funcaju
11/05/2017 16h41
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Foi aberto nesta quinta-feira, 11, o I Fórum Sergipano de Cultura Indígena, realizado pela Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento acontece no Centro Cultural de Aracaju, com apoio a Associação Nacional de História (ANPUH/SE). O primeiro dia de programação foi marcado pelas palestras ‘Contribuição ao estudo dos índios em Sergipe', com a pesquisadora Beatriz Góis Dantas, e ‘A nação Xokó: memórias e histórias de um povo indígena de Sergipe', do embaixador da Tribo Xokó, Apolônio Xokó, além da exibição do documentário ‘Índios e Missionários no Sertão Sergipano', de direção de Edson Júnior e Renato Mariano.

Beatriz Góis é autora de diversas pesquisas sobre a cultura e o processo de colonização das principais tribos do estado. A pesquisa resultou na publicação de livros, em exposições e diversos artigos sobre os povos indígenas. Beatriz destacou a dificuldade encontrada pelos pesquisadores da área. Segundo ela, são prejudicados pelos órgãos públicos responsáveis por arquivar documentos pertencentes às tribos. "Viajei por muitas cidades do interior de Sergipe em busca de registros. O que infelizmente encontrei em muitas delas foram documentos sucateados", lamentou.

Vivências, costumes e as etapas de locomoção das tribos. Esses foram os temas abordados na palestra de Apolônio Xokó, que ficou feliz pela realização do simpósio. "Esse tipo de evento é uma grande oportunidade de desconstruir algumas premissas sobre a identidade indígena e a sua cultura. É sempre importante ratificar a nossa contribuição no processo de identidade do povo brasileiro", disse Apolônio.

O Teatro João Costa ficou lotado com estudantes e índios, além de pesquisadores do tema, que buscam um pouco mais de conhecimento. Estudantes do curso de Jornalismo, como Luciana Góis e Cleilson Lima, aproveitaram a oportunidade para prestigiar o evento. "Acrescenta muito na nossa formação, acrescenta ainda mais em nossa vida pessoal. A partir do momento que nós reconhecemos o papel do índio, o que podemos fazer para democratizar os direitos que muitas vezes foram tirados", disse Luciana. "Meu bisavó era indígena e isso me chamou bastante a atenção. Esse evento vem para mostrar que esse povo ainda existe, que é importante a preservação dessa cultura", complementou Cleilson.

Parceria

O simpósio é uma realização entre a Funcaju e a ANPUH/SE. De acordo com o coordenador do Centro Cultural de Aracaju, Mário Dias, o objetivo é mostrar o começo do processo de identidade dos sergipanos. "Os debates ressaltam sobre a identidade do povo sergipano, e nós não poderíamos falar sobre a nossa identidade se não começássemos com o povo indígena, que foi o primeiro a se instalar em solos sergipanos".

Mediando os debates estava o presidente da ANPUH/SE, Diogo Francisco Cruz Monteiro, que agradeceu a Funcaju pela iniciativa. "A nossa pretensão foi ampliar os debates, com o objetivo de gerar o respeito à identidade indígena. Trouxemos os principais pesquisadores e personagens da luta indígena, e acredito que com isso vamos atingir os nossos objetivos", disse.

Nesta sexta-feira, 12, acontece o segundo e último dia da programação do simpósio, que será composta pelas palestras "Alienação das terras indígenas em Sergipe no séc. XIX", do Pedro Abelardo de Santana, "Imagens sobre os indígenas nos livros didáticos: Possibilidades e desafios", do Kléber Rodrigues e a exibição do documentário "Índios no imaginário sergipano", de direção de Kléber Rodrigues e Diogo Monteiro. O evento acontece no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), em frente à Praça General Valadão.