Funcaju: Segundo dia do Fórum Indígena teve palestras e exibição de documentário

Cultura
12/05/2017 19h16

Na manhã desta sexta-feira, 12, aconteceu o segundo e último dia do 'I Fórum Sergipano de Cultura Indígena', idealizado pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento, realizado no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega), teve apoio da Associação Nacional de História (ANPUH/SE).

O último dia de programação foi marcado pelas palestras "Alienação das terras indígenas em Sergipe no séc. XIX", do professor Pedro Abelardo de Santana, e "Imagens sobre os indígenas nos livros didáticos: Possibilidades e desafios", do professor mestre Kléber Rodrigues. Também foi exibido o documentário "Índios no imaginário sergipano", de direção de Kléber Rodrigues e Diogo Monteiro. O evento, segundo especialistas, foi uma grande oportunidade para se discutir sobre as questões culturais dos povos indígenas e também a sua contribuição na formação do povo sergipano.

O pesquisador Pedro Abelardo destacou a história da nação indígena desde o século XXI, fazendo comparações com os dias atuais. “Devido ao processo de extinção das populações indígenas, infelizmente, o número de aldeias não tem como comparar ao passados. Hoje, só temos no estado uma aldeia reconhecida, que é a Xokó”, observou. Pedro disse ainda que essa é uma grande oportunidade para deixar nítida a importância do índio na sociedade. “São temas importantes que precisam ser debatidos em todo o Brasil. Inclusive, existem universidades que estão criando disciplinas denominadas “Cultura Indígena”, porque perceberam que ainda há sim, uma grande necessidade de se estudar sobre essa cultura e a sua influência na nossa sociedade”, complementou.

Por sua vez, Kléber Rodrigues trouxe para o fórum uma pesquisa feita através de registros imagéticos, que realizou para abordar de forma didática em seus conteúdos programáticos de aulas. Muitas pessoas ficaram surpresas com os resultados. “As imagens são histórias que precisam ser relacionadas e abordadas para que a população possa conhecer as origens da nossa cultura”, explicou.

A estudante de arqueologia e descendente indígena, Layane Alves, gostou do que viu. Para ela, um evento como esse, que se preocupa com as suas vivências, com os seus costumes, reforça a luta contra o preconceito étnico, principalmente em relação ao seu povo. “Eu não preciso dizer ‘eu sou descendente indígena’. As próprias pessoas identificam as minhas origens através das minhas características. Hoje, saio daqui muito mais feliz do que quando entrei”, disse.

O documentário mostrou um pouco de como os sergipanos interpretam a cultura indígenas. Logo depois da sua exibição, o presidente da ANPUH/SE, Diogo Francisco Cruz Monteiro, mediou um debate que rendeu uma boa discussão.