Assistência debate violência contra a pessoa idosa em encontro promovido pela Saúde

Família e Assistência Social
13/06/2017 16h48
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Com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho, entre 2005 e 2015 a população brasileira com 60 anos ou mais passou de 9,8% para 14,3%. Mas, ainda que este aumento da expectativa e da qualidade de vida, devido à ampliação do acesso à educação, saúde e lazer, represente o que se considera como a "melhor idade", envelhecer nem sempre é algo fácil. Especialmente quando os idosos são vítimas de algum tipo de violência, não só física, mas também psicológica e financeira.  

Foi para debater o tema que a Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc) participou na manhã de hoje do II Encontro em Defesa da Pessoa Idosa. O evento em alusão ao Dia Mundial de Conscientização de Violência Contra a Pessoa Idosa, comemorado no próximo dia 15, foi realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e contou com a participação do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, do Ministério Público de Sergipe e SESC.

"Os valores com relação ao ser humano têm mudado muito na sociedade moderna, como o sentimento de descarte daquilo que é considerado subutilizado. A pessoa idosa é confundida com um objeto velho, aquilo que não se usa, aquilo com o que a gente não se importa. Mesmo nas famílias que sempre tiveram um sentimento de preservação e de cuidado, ainda há violações em diversos aspectos. Seja no cuidado físico, no psicológico ou patrimonial", explicou o secretário adjunto da Semasc, Valdiosmar Vieira.

Valdiosmar ainda falou sobre o trabalho desenvolvido de maneira integrada a outras secretarias e junto à população através dos equipamentos sociais. "Toda a nossa rede de proteção, seja da Assistência Social, seja da Saúde, tem que estar em parceria e em interlocução com o Ministério Público, com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e outras políticas setoriais para pensar a melhoria da qualidade de vida do idoso, gerar maior autonomia e maior empoderamento para que ele próprio consiga reivindicar os seus direitos. Em nossas unidades da Proteção Básica e Especial também desenvolvemos atividades de fortalecimento de vínculos e esclarecimento junto aos jovens sobre o papel da pessoa idosa no contexto social, para que eles entendam a dinâmica de vida dos idosos e os valorizem", finalizou.

De acordo com a representante do Núcleo de Prevenção e Violência e Acidentes da SMS, Lidiane Gonçalves, é preciso que o idoso consiga lutar contra um movimento que os anula como cidadãos, tendo no poder público o seu alicerce. "Existe uma rede de atendimento disponível para saber que ele não está só no enfrentamento dessa violência. É nesse sentido que estamos tornando a pessoa idosa protagonista de sua história e a nossa intenção é trabalhar, cada vez mais, para fortalecer esta rede", destacou.

Como presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Maria José Matos, ressalta que este é um problema estrutural, mas que pode ser resolvido através de um trabalho de educação. "A violência doméstica campeia em todos os lares. Dos mais pobres às mansões. Temos que trabalhar com o foco na conscientização da comunidade como um todo, para além da família. Assim vamos conseguir mostrar, de uma vez por todas, que a pessoa idosa merece respeito e amor".