Dialogar sobre assistência e cuidados que são oferecidos à população pela Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), setor ligado à Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Este foi o principal objetivo do encontro do coordenador da Reaps, Dalmare Sá, com os conselheiros locais de Saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) Hugo Gurgel, no bairro Coroa do Meio.
Para Dalmare Sá, o contato mais direto com a comunidade é importante para que possam ser esclarecidos quais são os serviços da Reaps. "Algumas pessoas não sabem como chegar até a Rede de Atenção Psicossocial. Então, encontros como este são esclarecedores porque explico quais os nossos serviços e as portas de entrada para a Reaps, mais especificamente para o tratamento dos usuários de álcool e outras drogas. Para estes casos, temos os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que são porta aberta. Lá é feito o acolhimento do cidadão", enfatizou.
O coordenador da Reaps foi convidado pelo Conselho Local de Saúde da UBS. Segundo a conselheira local, Alessandra Alves dos Santos, o convite foi para o coordenador explicar como é a rede e o que os profissionais têm feito para cuidar dos usuários de álcool e drogas. "Tem muita gente que precisa aqui no bairro e não sabe nem como chegar até a Rede. O coordenador explicando, pode melhorar. É isso que esperamos. Queremos uma luz porque muita gente está precisando", argumentou a conselheira.
O coordenador ressaltou que a Reaps não obriga nenhum cidadão a fazer o tratamento. "Para fazer parte do nosso serviço nada é imposto. Por exemplo, o usuário de drogas precisa sentir vontade de buscar o tratamento. No Caps, ele vai aprender a lidar com o uso, vai diminuir até deixar de usar. Na verdade, começamos a trabalhar o projeto de vida dele", explicou Dalmare.
Rede AD
Existem dez leitos psiquiátricos para usuários de álcool e drogas (AD) na Clínica São Marcelo. "Esses leitos são para o usuário que conversa com a família e gostaria de dar um tempo, que está sobre uso abusivo, gostaria de se isolar um pouco e entra em contato com a nossa equipe. É uma decisão dele com a equipe e a família. Nunca vamos obrigá-lo a se internar. É uma construção que fazemos com o usuário. Não adianta forçar os usuários a pararem de usar, tem que trabalhar isso dentro da pessoa", pontuou Dalmare.
Para o coordenador da Reaps, todas as UBS precisam ter um olhar sobre álcool e drogas "Os agentes comunitários de saúde têm que identificar se existe alguma situação de vulnerabilidade ligada a álcool e drogas para começar a ser trabalhada na UBS que, por sua vez, pode encaminhar o usuário para o Caps AD", esclareceu.
Existem seis Caps em Aracaju e dois deles são para álcool e outras drogas (AD). O Caps AD Primavera, que fica na avenida Beira Mar, é para adultos, e o Caps AD Vida, no bairro Cirurgia, é infanto-juvenil, voltado para menores de 18 anos. A equipe do Caps é multidisciplinar formada por psiquiatra, psicóloga, assistente social, enfermeiro, educador físico, terapeuta educacional e farmacêutico.
Também existe a Urgência Mental do Hospital São José. "Se a pessoa estiver agressiva e em surto por causa do uso de drogas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode levar o usuário para a urgência do São José", completou Dalmare.
Na Reaps, ainda existe o Programa de Redução de Danos. "É um programa de território onde os redutores estão pela cidade, orientando o usuário de álcool e drogas para que ele chegue até a Rede, seja através da UBS ou do Caps, por exemplo", concluiu Dalmare Sá.