Fundat: curso de mecânica de motos abre horizontes profissionais

Quem tem um gosto acentuado por motos vai saber para que servem e como funcionam  as velas de ignição, os cabos de embreagem, o pistão e comando de válvula e tantas outras peças fundamentais para que esses veículos de duas rodas possam ser conduzidos perfeitamente. Mas, para cerca de 20 alunos do curso de Mecânica de Manutenção de Motocicletas a curiosidade foi além do simples gostar e passou a ser oportunidade profissional. Nesta terça-feira, 25, a primeira turma concluiu o curso já almejando novos rumos. 

Através de uma parceria entre a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), as inscrições para o curso tiveram início em abril deste ano e, superando as  expectativas, em pouco tempo as vagas foram preenchidas. No mês de maio, as primeiras aulas começaram a ser ministradas e, agora, após aulas teóricas e práticas, os alunos já podem ingressar em um negócio próprio do ramo de mecânica. 

O curso faz parte do Programa de Interiorização do Senai e as aulas aconteceram de segunda a sexta, em uma das cinco carretas do serviço instaladas na Unidade de Qualificação Profissional (UQP) do Centro da Juventude, no conjunto Augusto Franco. ”Para este curso abrimos duas turmas, uma pela manhã e outra pela tarde, e a divulgação aconteceu de uma forma espetacular, tanto que, em pouco tempo as vagas se esgotaram. Além de usar as redes sociais da Fundat e contar com o auxílio de rádios e TVs, o boca-a-boca foi uma ferramenta fundamental. Para se ter uma ideia, tivemos alunos de todas as regiões de Aracaju, de Norte a Sul da cidade, o que demonstra também o quanto esse curso foi bem visto”, afirmou o coordenador do Centro da Juventude, Jairo Vieira. 

 

Foi tão bem visto que o aluno Jeferson Heitor, de 21 anos, agora já sabe qual a diferença entre uma moto com injeção eletrônica e uma carburada, o que vai além da diminuição da emissão de gases poluentes. “Nunca havia tido muito contato com a mecânica de moto, mas sempre tive vontade. Via o curso como uma oportunidade profissional, mas aprendi mais, como, por exemplo, me tornar mais comunicativo. Minha ideia agora é trabalhar na área, mas, enquanto não aparecer nada, vou me profissionalizando cada vez mais”, ressaltou.

 

Um curso como esse, sem a parceria com a Fundat, custaria cerca de R$ 180 por mês, verba que muitos alunos não teriam para investir, mas puderam fazer totalmente de graça.  Além da questão financeira, todo a aparato necessário de material foi ofertado. Durante os três meses de curso, foi desenvolvida toda a parte mecânica e elétrica de uma moto, desde motor, força, transmissão, rodas, suspensão até a parte de injeção eletrônica, alimentação, carburador, e tudo o que foi aplicado na teoria foi também desenvolvido na prática dentro do curso. 

Para o professor da turma, Cleverton Dias Vieira, o curso saiu do trato puro e simplesmente da mecânica e ganhou outras proporções. “Nossa intenção foi auxiliar enquanto profissional da área, mas também na rotina como um todo. Hoje, vejo que eles melhoraram na comunicação, na relação em grupo. Alguns chegaram tímidos e foram se soltando, o que acaba refletindo na ideia de futuro que agora eles têm. Nossa didática é fazer com que eles encontrem soluções, e não esperar que elas caiam do céu. Fazemos com que eles fiquem bem à vontade para resolver as questões por eles mesmos, o que, ao seguirem na profissão, dará mais autonomia”, explicou o professor. 

No mesmo período em que iniciaram as inscrições para esse curso, outras oito turmas de cinco cursos diferentes também abriram vagas. Ao todo, foram ofertadas pela Fundat, nesse bloco de qualificação profissional, 176 vagas.