Bibliotecas municipais fomentam o prazer pela leitura

Agência Aracaju de Notícias
27/07/2017 09h30
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Imagine um lugar onde o longe se torna perto, a ficção se transforma em realidade, os sonhos são possíveis e tudo isso é completamente acessível a qualquer pessoa. Por trás de uma estrutura física, as bibliotecas são muito mais do que estantes divididas por categorias, são memórias preservadas, histórias conservadas no papel e capazes de difundir ideias, mover o imaginário para qualquer lugar ou situação.

Na capital sergipana, existem três espaços assim mantidos pela Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju): as bibliotecas Mário Cabral, Clodomir Silva e Ivone de Menezes. 

No Centro da cidade, a Biblioteca Mário Cabral, situada no Centro Cultural de Aracaju, abriga um acervo de cerca de 2.500 exemplares, 250 deles de autores sergipanos. Com uma média de 25 visitantes por mês, o local guarda um banco de dados cuja base de informações tem servido de suporte para estudantes, pesquisadores, instituições de ensino e curiosos.

Com o foco voltado para a difusão das obras sergipanas, a biblioteca tem a expectativa de expandir o conteúdo para além do público universitário que, majoritariamente, utiliza-se do espaço. De acordo com o coordenador do Centro Cultural, Mário Dias, o aracajuano ainda não tem ideia do grande aparato que é o espaço. "O banco de dados da biblioteca Mário Cabral é uma forma, inclusive, de prestigiar e divulgar autores que têm obras importantes para a identidade do nosso povo. Queremos expandir o nosso público e estamos a cada mês tentando construir caminhos para buscar novos autores e ampliar a base, porque tem muita gente escrevendo coisas bacanas em Sergipe", explica Dias. 

A biblioteca, que carrega no nome uma homenagem a um dos grandes escritores sergipanos, guarda uma imensa riqueza intelectual ainda pouco apreciada. Ainda assim, para cumprir a função recreativa, mensalmente são realizadas atividades de dinamização como a contação de histórias, recitais de poesia, encontro com os escritores e roda de leitura.

Clodomir Silva guarda obras raras

Na zona Oeste de Aracaju, no bairro Siqueira Campos, a Biblioteca Pública Municipal Clodomir Silva, foi instalada há 56 anos. Com um acervo de 22 mil livros, entre obras nacionais, sergipanas e estrangeiras, ela possui ainda um setor de livros raros e um telecentro, este usado para a inclusão digital.

Em dois andares e amplo espaço, a biblioteca realiza diversas atividades para fomentar e incentivar a leitura. Contação de histórias e rodas de leitura são constantes ações desenvolvidas no lugar. "Nosso intuito é sempre o de mostrar o quanto a leitura pode expandir os horizontes. Por isso, não deixamos o gosto pelos livros se perder. A comunidade também é bastante participativa, o que nos empolga a continuar a fazer esse trabalho de fomento", ressaltou a coordenadora da biblioteca, Fabiana Bispo.

Somente no ano passado, passaram pelo local cerca de cinco mil pessoas para usufruir dos seis setores da biblioteca. A Clodomir Silva oferece o acervo geral, que conta com livros didáticos e de cursos diversos; um setor circulante com obras nacionais, sergipanas e estrangeiras; um acervo infanto-juvenil, inclusive com uma sessão de gibis; uma brinquedoteca; um telecentro para pesquisas via internet e para o desenvolvimento da inclusão digital; além de uma cordelteca, sendo ela a primeira do estado, com 2.300 obras de 36 cordelistas.

Sendo responsável pelo setor que a coordenadora costuma chamar de "coração da biblioteca", Genivaldo Francisco Júnior é uma das primeiras pessoas a receber os livros que chegam ao local. "Assim que as obras chegam, juntamente com a bibliotecária, faço o cadastro e destino a cada setor", explicou ele, que considera a sua atividade importante, não só para a unidade, mas para ele mesmo. "Aprendo muito enquanto catalogo os livros. Sinto que, depois que cheguei aqui, minha percepção das coisas evoluiu porque passei a ler mais", frisou.

Depois que os livros passam pela triagem, cada um ganha a sua sessão, porém, uma delas necessita de um rigor a mais. O setor de obras raras abriga livros diversos e de longa data. "O nosso exemplar mais antigo é datado de 1675, porém, para que essa data seja confirmada, é necessário fazer uma pesquisa extensa e isso leva tempo, por ser um trabalho minucioso", contou a coordenadora e bibliotecária Fabiana Bispo.

Funcionando de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, a biblioteca possibilita ao usuário o empréstimo de até três livros, por sete dias. O prazo pode ser renovado, mas é preciso fazer um cadastro.

Concurseiros são assíduos na Ivone de Menezes

Na outra extremidade da cidade, no conjunto Augusto Franco, a Biblioteca Ivone de Menezes Vieira, criada em 2004, está situada em um local propício: ao lado de uma escola. Por lá, uma equipe determinada traça os caminhos para disseminar o gosto pela leitura.

O usuário pode encontrar obras nacionais, sergipanas e estrangeiras e um espaço que conta com rede wi-fi para também facilitar o acesso à internet através do telecentro. Segundo a coordenadora e bibliotecária da unidade, Nancy Teresa, hoje, existem cerca de 200 usuários cadastrados no sistema da biblioteca, mas o número de visitantes supera esse quantitativo.

"Recebemos pessoas com diversos interesses, mas, os chamados ‘concurseiros' são os frequentadores mais assíduos. Como realizamos várias atividades, como contação de histórias e rodas de leitura, também temos um público infantil muito grande que, na verdade, é um dos nossos maiores focos. Nosso desejo é fomentar o prazer pela leitura logo nos primeiros anos para que as crianças possam levar isso para a vida adulta que, com o sabor do ler, com certeza, será muito melhor", ressaltou Nancy.