Assistência realiza 2ª Pré-conferência de Igualdade Racial

Família e Assistência Social
25/08/2017 18h48
Início > Notícias > Assistência realiza 2ª Pré-conferência de Igualdade Racial

Dando continuidade às Pré-conferências de Igualdade Racial, a Secretaria Municipal da Assistência Social, através da Diretoria de Direitos Humanos, levou até o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do bairro Santa Maria mais uma edição do evento, na tarde desta sexta-feira, 25.

As pré-conferências têm objetivo de ouvir as demandas da população de acordo com um tema pré-estabelecido. Neste caso, a promoção da igualdade racial. De acordo com a gerente de Igualdade Racial da Secretaria de Assistência, Laila Oliveira, esse processo de discussão é extremamente importante para a população negra de Aracaju. “Antes não existiam as pré-conferências. Elas permitem que mais pessoas possam debater os temas postos nas mesas e construir junto uma nova política pública. Essa é uma forma de democratizar as discussões".

Luis Fausto Valois é promotor de Justiça da cidade de Nossa Senhora do Socorro e fez parte da mesa de diálogo da pré-conferência. Ele explica que as pessoas negras precisam estar preparadas para o enfrentamento. “Recebi com muita alegria o convite de participar desse evento. São importantes todas as iniciativas que tratam para a redução do racismo, enfrentamento à intolerância religiosa que ainda é muito recorrente em nossa cidade. Eu preparei os meus filhos para enfrentar o racismo, porque um dia esse mal vai chegar até eles. Minha mãe é uma mulher que passou por algumas situações de constrangimento ocasionadas pelo racismo e me ensinou, desde pequeno a resistir”.

Cris Falcão é consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no plano de construção de políticas para ebós e comunidades tradicionais de matriz africana, e palestrou sobre a importância da atualização das políticas públicas para a população negra. “Nesse momento nós temos uma população negra que está à frente das entidades governamentais para pautar suas necessidades. Falei sobre alguns avanços que já aconteceram, como a política de cotas nas universidades e nos concursos públicos, mas, mais do que o que já foi feito, precisamos continuar denunciando as deficiências e reaperfeiçoando o que de fato foi consolidado”.

Hilda dos Santos mora no bairro 17 de Março e foi até o Cras para participar das discussões de forma saudável. “A  gente tem que falar o que é necessário ser mudado, né? Se a gente não falar, como é que eles vão saber? Se dentro da minha própria casa o meu marido não entende qual é a minha vontade, como é que o governo vai entender do que eu, enquanto mulher negra, preciso se eu não disser? Vim para dialogar”.