Ciclo de encontros debate medidas socioeducativas com profissionais da Assistência e comunidade

Família e Assistência Social
05/09/2017 12h42
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Tendo em vista o aumento de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas e a necessidade de orientá-los e reinseri-los na sociedade, a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju realizou na manhã desta terça-feira, 5, o 1º Ciclo de Encontros sobre Medidas Socioeducativas e Cuidado Social - Construindo um um Território para o Diálogo. A reunião, realizada em parceria com a Instituição Beneficente Emmanuel (IBEM), contou com a presença de profissionais da Assistência, como assistentes sociais e educadores, além de representantes de áreas como Saúde, Educação e comunidade para debater o tema. 

Segundo a gerente da Média Complexidade da Proteção Especial da Assistência Social de Aracaju, Lucianne Rocha, é preciso debater a questão entendendo a necessidade de um olhar para além da punição. “A proposta é que a gente vá nas comunidades e junte toda a rede de atendimento para conversar sobre os jovens do local. Apesar de estarmos lidando também com dados relacionados a essas medidas socioeducativas, o objetivo principal é falar sobre a cadeia que envolve a marginalidade e a criminalidade, convidando todos os atores da comunidade a entender que é possível evitar a cadeia de repressão”, explicou.

Neste primeiro diálogo, o foco será o 1º Distrito, formado pelos bairros Inácio Barbosa, Luzia, Farolândia, Aeroporto, Atalaia, Coroa do Meio, São Conrado, Zona de Expansão, Santa Maria e 17 de Março. De acordo com a coordenadora do Creas Maria Pureza, Aline Fraga, os bairros Santa Maria e 17 de Março são os que apresentam os dados mais alarmantes. De janeiro de 2016 a agosto de 2017, foram atendidos 46 adolescentes na unidade, sendo a maioria do gênero masculino, com idade entre 15 e 16 anos e com perfil de escolaridade muito baixa. 

“Nós recebemos adolescentes para cumprir medidas socioeducativas em meio aberto, que variam entre dois e seis meses, como a Liberdade Assistida (LA) e a Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). No Creas tratamos conteúdos como mercado de trabalho, reinserção no meio familiar e comunitário. Também fazemos ações educativas, como levá-los para passeios ao museu e ao parque, pois mesmo sendo um espaço público, muitos deles pensam que não podem ter acesso diante do recorte  do preconceito de classe instituído culturalmente. Desta forma, eles entendem que é possível superar o ato infracional que cometeram e que eles fazem parte de algo que podem ter acesso, através do caminho e das oportunidades corretas”, destacou a coordenadora.

Por ter vários projetos voltados para a área social no bairro Santa Maria, a Instituição Beneficente Emmanuel tem se mostrado uma grande parceira da administração. “É preciso repensar as ações voltadas para as políticas de atendimento à criança e ao adolescente e como organização social devemos entender os direitos e deveres de cidadania a serem respeitados. A realidade social muitas vezes é o que resulta no desvio de conduta. Por isso educar funciona mais do que apenas penalizar”, destacou a assistente social do IBEM, Gabrielle Araújo.