Acolhimento Coletivo transforma sala de espera em momento de conscientização

Agência Aracaju de Notícias
25/09/2017 09h36

Sala de espera de consultórios médicos, clínicas, postos de saúde e hospitais raramente são locais apreciados. Além da própria espera, os motivos que levam as pessoas a esses locais nem sempre são os melhores. Mas, uma equipe da Unidade de Saúde da Família (USF) Manoel de Souza Pereira, no conjunto Sol Nascente, em Aracaju, decidiu fazer do local uma exceção à regra e criou o Acolhimento Coletivo, um serviço que acontece diariamente enquanto os pacientes esperam suas consultas ou procedimentos.

A equipe composta por três enfermeiras e uma assistente social realiza o serviço todos os dias entre as 7h e 8h. Existente há cerca de 15 anos, o Acolhimento Coletivo surgiu justamente para fazer com que os pacientes se sentissem mais acolhidos na Unidade de Saúde e, consequentemente, pudessem se aproximar dos profissionais e, assim, passassem a se sentir mais seguros para procurar o atendimento médico.

Assim como em outros postos de saúde, cartazes de alerta e conscientização para a saúde estão espalhados por toda a USF Manoel de Souza, mas não apenas ficam expostos, eles são ferramentas para que as profissionais da equipe do acolhimento realizem as mini palestras que dia após dia chamam a atenção dos usuários para, sobretudo, a prevenção. “Nós da equipe nos revezamos nas palestras e sempre abordamos os temas mais destacados no mês. Por exemplo, agora em setembro, o Setembro Amarelo com os trabalhos voltados para a prevenção ao suicídio, ou como no próximo mês, com o Outubro Rosa, quando falaremos mais sobre o câncer de mama. A gente trabalha com educação e saúde porque entendemos que o nosso trabalho, além do curativo, deve ser o preventivo, por isso realizamos esse serviço na Unidade, para evitar doenças ou problemas de saúde”, explicou Marta Araújo, enfermeira integrante da equipe do Acolhimento.

O serviço dura cerca de 30 minutos, mas, para muita gente que frequenta a Unidade, é o bastante para expandir os horizontes a respeito dos temas tratados. Como dona Maria da Conceição, de 77 anos. Moradora da região, ele procura tratamento na Unidade e ganha o acolhimento necessário para se prevenir. “Faço todo o meu tratamento de saúde na Unidade, até mesmo consultas de rotina, e faço questão de vir cedo também para acompanhar as palestras. Já aprendi bastante coisa e aproveito para compartilhar em casa”, contou.

A Unidade recebe muita gente que a frequenta assiduamente, mas, até mesmo os novatos ou os usuários de ocasião já têm conhecimento do serviço e, por isso, ganham mais um motivo para continuar o tratamento na Unidade. Tâmara Luize, de 28 anos, é uma das pessoas que não costuma ir muito ao médico, mas, na Unidade de Saúde, encontrou o acolhimento que a fez repensar em alguns hábitos. “Quando a gente é novo, raramente pensa que vai adoecer e, às vezes, não dá muito importância à saúde, mas, aqui, passei a entender sobre algumas questões que me fizeram repensar na prevenção e cuidado que devo ter com a minha saúde”, ressaltou a jovem.

Diagnosticada com depressão, Maria Edna, de 46 anos, encontrou apoio na USB. Segundo ela, principalmente no mês de setembro, pode contar com muitas orientações. “Suicídio tem a ver com depressão e por isso recebi muitas instruções e um verdadeiro acolhimento. Quando entendi que precisava falar sobre o que eu sentia, pude contar com tratamento e hoje estou sendo acompanhada por um psiquiatra e já me sinto melhor. Não pretendo parar o tratamento. É daqui para melhor”, frisou.

Além de ser um momento de prevenção e alerta, o Acolhimento Coletivo também serve como um mural de avisos. “Aproveitamos o momento para lembrar de algumas datas importantes ou até mesmo para avisar sobre a oferta de vacinas, por exemplo. É, de fato, uma oportunidade de aproximação da comunidade com os profissionais que atuam na Unidade”, completou Marta Araújo.