O câncer de mama é o segundo mais comum em mulheres de todo o mundo, atrás apenas do câncer de pele. Desde a década de 1990, o mês de outubro é dedicado a campanhas de atenção e prevenção à doença. O movimento começou nos Estados Unidos e teve as primeiras ações no Brasil no ano de 2002. Aproveitando a data, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Primavera, localizado no bairro Atalaia, realizou na manhã desta quarta-feira, 4, uma ação com os seus usuários para tirar dúvidas e falar de prevenção.
A equipe, composta por psicóloga, enfermeiras e assistentes sociais, falou sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Os usuários, mesmo sendo em maioria homens, estavam atentos às novas informações recebidas. "É um momento educativo para que eles também levem o que aprenderam para suas companheiras, mães, irmãs. Não é somente a prevenção do câncer de mama, mas um cuidado com a mulher em geral", diz a coordenadora da unidade, Karen Emanuelle Fernandes.
Seu Cláudio Santos, 66 anos, é usuário do Caps há seis anos. Ele iniciou o acompanhamento na unidade por problemas com o álcool. Um dos mais animados, ele pretende levar adiante tudo que aprendeu. "Tenho uma ex-mulher e cinco filhas. Tudo isso é muito importante para elas, por isso vou passar o que aprendi aqui hoje", afirma. Já Silvanete Lima frequenta a unidade há dez anos e reconheceu a importância da ação. "Muitas vezes as mulheres têm a doença e não sabem. Essa doença é misteriosa e tem que fazer o exame para descobrir, por isso as pessoas tem que abrir mais a mente e se cuidar mais".
A enfermeira da unidade, Simone Sena, ensinou o passo a passo do autoexame, que deve ser feito periodicamente. "Eu acho que o principal de tudo é a prevenção, porque quando você previne, não precisa tratar, não precisa gastar com remédios". Ela também alertou para o risco da doença se desenvolver em homens. "Apesar de a incidência ser menor, os homens não estão livres de adquirir o câncer de mama, por isso, os cuidados devem ser os mesmos que as mulheres", finaliza.
Grupo de mulheres
Desde o primeiro semestre deste ano, todas as segundas-feiras, um grupo de mulheres se reúne na unidade para tratar temas específicos sobre elas. "O Caps é culturalmente mais masculino, mas tem mulheres também e elas acabam não tendo um espaço privilegiado em que possamos ter conversas mais especificas e mais íntimas", explica a psicóloga Dilcéia Matos. Durante os encontros, são realizadas oficinas de beleza, de auto-cuidado, de saúde. As usuárias ainda realizam passeios e outras atividades dentro do universo feminino como forma de trabalhar a identidade e autoestima.
A ação desta quarta-feira foi início de uma série de atividades em alusão ao Outubro Rosa, que continuará sendo discutido nos encontros do grupo. "Durante o mês, no grupo de mulheres, vamos saber de cada uma se elas já fizeram a mamografia ou se precisam renovar, se realizam o autoexame e se têm procurado as unidades básicas de saúde, para podermos orientar melhor", finaliza Dilcéia.