Centro-Dia promove atividade para pessoas com deficiência

Família e Assistência Social
24/10/2017 17h39
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Imaginar-se em um mundo onde um ou vários dos sentidos do próprio corpo ou da mente não está dentro de suas plenas capacidades pode é algo difícil de ser pensado, mas esta é a realidade de muitos brasileiros que possuem algum tipo de deficiência, seja ela física ou intelectual. Dentro da perspectiva do exercício de empatia e de uma melhor convivência em sociedade com pessoas com deficiência, a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju, através do Centro-Dia, promoveu na tarde desta terça-feira, 24, uma série de atividades sensoriais na sede da Prefeitura de Aracaju. 

A ação faz parte de uma iniciativa que já vem sendo realizada desde o final do mês de setembro deste ano, colocando em prática as propostas levantadas durante a Semana da Acessibilidade deste ano. “É preciso se colocar no lugar do outro para entender o quanto existem vivências diferentes. Então, nós estamos propondo aqui nestes exercícios a simulação do dia a dia de alguém que possui algum tipo de deficiência para que haja um entendimento de que lidar com isso não é fácil, mas é totalmente possível se houver respeito por parte de todos”, afirmou o coordenador de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Assistência, Murillo Oliveira.

Para a coordenadora do Centro-Dia, Lidiane Vieira, além da sede da Prefeitura, três Centros de Referência da Assistência Social (Cras) já foram visitados, obtendo uma ótima aceitação. “Quando as pessoas chegam, surge uma certa resistência, achando que fazer o que a gente propõe é fácil. Enquanto vamos desenrolando as atividades sensoriais, elas se chocam e veem o quanto tudo é diferente e nem tão fácil assim. Na nossa vida a gente vai conhecer um vizinho, um parente, um amigo que possua ou possa vir a ter deficiência. Por isso o que estamos fazendo é tão importante. As pessoas saem com outro entendimento.”

Achar um par de sapatos em meio a tantos faz parte do cotidiano. Mas, quando a visão dos olhos não funciona, as mãos seguem firmes e seguras para enxergar o mundo de outras formas. O paladar e o olfato também servem como uma boa referência quando é preciso aguçar outros sentidos. Na falta dos membros superiores, a boca serve para abrir as portas da imaginação e dar conta de atividades que antes só se achava ser possível com as mãos. Segundo a educadora social e uma das idealizadoras do projeto, Maria Betania Cardoso Leão, é preciso, cada vez mais, chamar a atenção da população. “A intenção não é reduzir este projeto às paredes do Centro-Dia, mas ampliar. Enquanto trabalhadoras da Assistência temos que ser multiplicadoras, pois não existe maneira melhor de compreender o outro do que se colocando no lugar dele”, ressaltou a educadora.

Encantada com a experiência, a funcionária pública Heloísa Souza acredita que até a forma como ela se comporta vai mudar depois da imersão. “Esta ação está sendo importantíssima porque assim se abre um leque de questionamentos para que nos sintamos mais solidários, mais humanos e entendamos que por mais que existam problemas em nossas vidas e em nosso trabalho, também existe o outro que às vezes têm mais problemas e consegue superar as adversidades para viver neste mundo”, explicou satisfeita.