Dia Rosa encerra programação alusiva à prevenção do câncer de mama

Agência Aracaju de Notícias
30/10/2017 14h04
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O diagnóstico precoce de qualquer problema de saúde é fator essencial para aumentar as chances de cura. Quando se fala sobre o câncer de mama, doença que mais mata mulheres no Estado de Sergipe, esse fator se torna ainda mais indispensável, e foi com o propósito de incentivá-lo que foi instituído o Outubro Rosa, mês voltado para a intensificação dos debates, alertas e tratamentos voltados para a doença. Nesta segunda-feira, 30, contudo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promoveu o Dia Rosa para encerrar as atividades alusivas ao mês, mas, continua os trabalhos para incentivar o diagnóstico precoce. 

Durante todo o mês de outubro, nas 44 Unidades de Saúde da Família (USFs), a SMS desenvolveu uma série de atividades voltadas para a saúde da mulher e, nesta segunda, um compilado de ações reuniu mulheres do conjunto Bugio e região na USF José Calumby Filho. Por lá, as usuárias tiveram um dia diferenciado que começou logo às 7h e se estende até as 17h com atividades físicas, através do Programa Academia da Cidade; palestras educativas sobre alimentação e cuidados no combate ao câncer, com o Programa Saúde da Mulher e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf); exibição de curtas temáticos alusivos ao Outubro Rosa, organizada pelo Núcleo de Projetos Inovadores (Nuprin); testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante do Programa IST/Aids;  aferição de pressão arterial e teste de glicemia capilar, realizados pelo Programa Saúde do Adulto e do Idoso;  oficinas de beleza com corte de cabelo e sessões de massoterapia; prevenção de câncer de útero (exames de lâmina/papanicolau); e exames clínicos das mamas.

A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, destacou que as atividades não se resumem somente ao mês de outubro. “Esse foi mais um evento da Secretaria da Saúde, já que fazemos diariamente em todas as unidades de saúde. Concentramos essas ações na unidade José Calumby para mobilizar a população, mas é importante frisar que essas ações não se encerram aqui. O carro chefe da secretaria é a atenção básica e principalmente a prevenção. É preciso que a gente previna para que não tenhamos que tratar depois algo mais sério e que pode acarretar muito sofrimento. Por isso, sempre iremos bater na telha da prevenção”, afirmou a secretária. 

Para o coordenador da unidade, David Melo, o momento é uma celebração. “Estamos comemorando todo o trabalho de prevenção que fazemos durante todo o ano nas 44 unidades de saúde. O trabalho é intensificando por conta do Outubro Rosa, mas a atenção tem que ser mantida constantemente. A melhor forma de combater o câncer mama, de uma forma geral, é com a prevenção, e essa prevenção se dá através do diagnóstico precoce e também a aquisição de hábitos saudáveis. Por isso é tão importante se manter alerta, tanto as mulheres como também os próprios serviços de saúde, afinal, este é o nosso papel, cuidar da saúde da população”, frisou. 

Uma das preocupações das equipes de Saúde do município é um dado alarmante, não só de Aracaju ou do estado, mas uma realidade nacional. A maioria das mulheres com câncer de mama começa o tratamento já com a doença em estado avançado, um traço intenso da falta de prevenção em sua forma mais simples, o autoexame. 

A coordenadora do Programa Municipal de Saúde da Mulher, Cristiane Ludmila Borges, ressaltou que o medo é um dos principais elementos que leva as mulheres a deixarem de se prevenir. “É um paradoxo, afinal, pelo medo de morrer elas deixam de se prevenir, o que justamente pode levar à morte. Ter um mês em que se intensifica a visibilidade de ações voltadas para a prevenção é importantíssimo, mas, a atenção com a saúde não pode parar sob hipótese alguma. Uma das grandes questões do câncer de mama é o diagnóstico precoce, por isso é necessário alertar que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores serão as chances de cura. O câncer de mama pode ser curado, mas a gente precisa descobrir num estágio muito inicial. A mensagem maior que queremos deixar para a população é que essa prevenção tem que ser feita durante todo o ano”, destacou.

Mulheres acolhidas 

Foi com a preocupação de se cuidar que Isabel Nascimento, de 53 anos, foi logo cedo à unidade. Mesmo assumindo que não tem o costume de fazer o autoexame, ainda que estando em uma idade onde a luz rosa do alerta para o câncer de mama já deveria estar acessa, ela entende a necessidade da prevenção. “Fico um pouco insegura de fazer o autoexame errado, por isso venho ao posto médico até para pedir orientação, além de fazer os exames que preciso”, disse enquanto aguardava para fazer os exames clínicos de mama. 

Assim como ela, Ivanilda Gomes, de 56 anos, também se sente insegura para fazer o autoexame, mas não deixa de se cuidar. “Todo ano eu faço a mamografia e sempre venho ao posto de saúde fazer os outros exames para checar se está tudo bem. Sei bem o quanto é importante me cuidar e faço o que posso para não ter surpresas no futuro. Tenho muito medo só em falar de câncer de mama, mas é justamente por isso que me cuido”, contou. 

Aos 63 anos, dona Antônia Custódia passa o que aprendeu para as duas filhas. “Não deixo de dar atenção à minha saúde e faço o autoexame em casa. Mesmo não querendo ter doença alguma – quem quer, não é mesmo? – eu fico alerta. Em casa, eu e minhas filhas já falamos sobre isso e nos cuidamos sempre. Até hoje nunca tive um problema de saúde sério e, se depender de prevenção, continuará assim”, garantiu. 

Cristiane Ludmila reforçou ainda que a atenção com relação ao câncer de mama não deve cessar.  “O que queremos é que as pessoas não se esqueçam, que as mulheres não conheçam o seu corpo, toquem seu corpo, que as mulheres não tenham medo do câncer. Muitas vezes a mulher percebe alguma alteração da sua mama, mas tem medo de buscar cuidado. O câncer é uma doença recheada de estigma, de muito preconceito e de muito medo, medo de morrer. Para que a gente consiga curar, é preciso correr, é preciso ter pressa. Então, se a mulher perceber qualquer alteração na sua mama, não tenha medo, procure um serviço de saúde para que, junto com ela, possamos indicar as melhores terapias e para que consigamos tratar num tempo mais rápido possível, aumentando as suas chances de cura”, completou a coordenadora.