Ouvidos atentos e olhares denunciando a imaginação a mil são peculiaridades fáceis de serem percebidas em uma criança envolvida com a história de um livro. Entre as prioridades da Secretaria Municipal da Educação (Semed), há esforços constantes no incentivo para que suas instituições de ensino trabalhem com os estudantes não somente a leitura, mas também o hábito de ler e escrever, considerando que esse é um dos pilares fundamentais à educação pela grande capacidade de desenvolvimento à curiosidade, criatividade e conhecimento de mundo do aluno.
No dia a dia escolar de diversas escolas municipais de Aracaju, está sendo comum a realização de projetos e ideias diferenciadas, promovidas por gestores e coordenadores, para gerar o hábito de leitura e aprimorar a escrita de seus alunos. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alencar Cardoso, do bairro José Conrado de Araújo, é uma das escolas em Aracaju que se destaca em motivar os alunos no gosto pelos livros e a escrita. A Emef tem implantado vários projetos de motivação, a exemplo da Tenda Literária e do Clube do Livro. Além disso, a diretora da Emef, Cris Souza, idealizou uma Academia de Letras formada por estudantes, a Academia de Literatura Estudantil de Sergipe (ALES). Seguindo todo o ritual de uma Academia, os alunos que estão na ALES fazem leitura de clássicos para o aprofundamento nas obras literárias.
Atividades diferenciadas
A Emef Ágape, no bairro Siqueira Campos, também é um exemplo de aplicação de pedagogia para a leitura. Em todas as últimas sextas-feiras de cada mês, todas as turmas se reúnem no pátio da escola para apresentações relacionadas à literatura. Recentemente, os alunos foram conhecer a Biblioteca Pública Infantil. De acordo com a diretora da Emef, Deisevania dos Santos, os alunos passaram a ver a atividade não mais como uma obrigação, mas sim como uma fonte prazerosa de conhecimento.
“A gente junta todas as turmas na última sexta de cada mês e cada uma delas apresenta o livro que trabalhou em forma de peça teatral, teatro, música, dança ou apenas falando da história. Também colocamos uma caixa com livros em cada sala, sendo que o aluno pode levar para casa e continuar a leitura lá até terminar. Nossos alunos adoram. E com o tempo começaram a pegar mais livros. Até mesmo os que ainda não leem direito, pegam os adequados a idade deles e levam para casa para a família ler para eles”, conta.
Já na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dom Avelar Brandão Vilela, do bairro Olaria, a coordenadora Karine Melo ressalta a importância de abordar a leitura como um hábito desde a educação infantil, mesmo que as crianças ainda não saibam ler. Segundo ela, a escola trabalha com a Maleta Mágica, que atrai a atenção e instiga a curiosidade dos pequenos.
“Nossa Maleta é usada por cada professor através da contação de histórias. A ideia é que, ao invés dos livros ficarem em um só espaço da escola, eles são colocados na Mala e sendo levado à sala de aula. As crianças manuseiam, escolhem o livro que querem ver, fazem cartazes, estudam as letrinhas, fazem desenhos. E desse modo a gente procura fazer a iniciação da leitura e escrita com eles”, relata a diretora.
Criando o próprio livro
O projeto 'Meu Hábito é a Leitura' envolve turmas da educação infantil ao ensino fundamental na Emef Elias Montalvão, que fica na Zona de Expansão de Aracaju. A cada semana, os alunos fazem a leitura de um livro escolhido por eles e apresentam para a turma uma outra versão da história, criada por eles mesmos. Segundo a diretora adjunta da Emef, Jaqueline Melo, enquanto leem os livros os alunos vão escrevendo em um caderninho sua outra versão sobre os fatos.
“A gente faz com que toda a escola participe. O registro com a história deles será encadernado por nós e promoveremos um dia de autógrafos ao fim do semestre. Os que ainda não escrevem estão fazendo seu livrinho com desenhos. A proposta pedagógica desse projeto é estimular a criatividade, a partir da criação e narração de novas histórias, despertando o prazer em ler e escrever. Está sendo proveitosos porque cada vez mais eles se interessam e vão perguntando aos professores se estão escrevendo de forma correta”, explica a coordenadora.