O alerta para a procura de hábitos alimentares mais saudáveis tem sido um dos principais focos da Diretoria de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju. Exemplo disso tem sido a produção de hortas e a oferta de alimentos menos industrializados, feitos na hora e com mais gosto de comida caseira para o público atendido dentro das unidades. Já para a população em geral, produtos frescos e sem agrotóxicos são oferecidos na Feira da Agricultura Familiar, que acontece sempre na primeira quarta-feira de cada mês no estacionamento da sede da Prefeitura Municipal de Aracaju. Nesta quarta-feira, 8, foram divulgados dados alarmantes sobre os perigos do sobrepeso e da obesidade.
Durante a última edição da feira, foi oferecida à população em geral e aos trabalhadores da Prefeitura, de forma gratuita, uma avaliação antropométrica, que também serviu como termômetro para entender como os aracajuanos têm se comportado em relação à própria saúde. "O estado nutricional desta pesquisa também reflete a segurança alimentar e nutricional da nossa sociedade, mesmo que por amostragem. Não tivemos nenhum caso de pessoas abaixo do peso, mas nós tivemos uma grande prevalência de sobrepeso com obesidade de grau 1 e 2, que pode vir a desencadear uma série de doenças como diabetes e hipertensão, por exemplo", destacou a nutricionista da Assistência, Tatiana Canuto.
Dos 38 adultos e idosos avaliados, 59% apresentaram risco aumentado para disfunções cardiovasculares ou alterações metabólicas. Já o resultado para os usuários com excesso de peso chega a 68,42%. "Acredito que foi muito positiva esta avaliação para que possamos fazer intervenções para a conscientização do benefício que é deixar de lado a comida industrializada e se interessar mais pelo consumo alimentos sem química e pré-fabricados, além de praticar atividades físicas que possam levar a uma melhor qualidade de vida", completou a nutricionista.
A diretora de Segurança Alimentar e Nutricional, Rosane Cunha, explicou a necessidade da atividade. "Aproveitamos a última edição para fazer, junto à nutricionista, um primeiro esboço sobre a situação atual de saúde do servidor local e dos clientes da feira, visto que a obesidade tem avançado muito, fazendo com que hoje seja muito mais assustadora que a própria desnutrição no Brasil. No dia a dia, as pessoas em geral não procuram ou não têm tempo de procurar um especialista para fazer a primeira avaliação. Assim, para que todos pudessem ter oportunidade de perceber o perigo a médio e longo prazo de não se cuidar, decidimos realizar a ação. Eu acredito que este nosso pensamento levou consciência para que a sociedade veja que a obesidade está avançando e é preciso se prevenir".