Secretaria da Assistência realiza oficina de proteção social e direitos da mulher

Família e Assistência Social
28/11/2017 16h03
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No combate às consequências sociais do machismo, a informação e a educação têm sido as maiores armas de construção de uma sociedade melhor. Acreditando nisso, a Secretaria Municipal da Assistência Social, por meio da Diretoria de Direitos Humanos, realizou na manhã desta terça-feira, 28, uma oficina de proteção e direitos da mulher para usuários do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Risoleta Neves, localizado no bairro Cidade Nova. A iniciativa faz parte dos “16 Dias de Ativismo”, atividade de mobilização mundial que tem como objetivo alertar sobre a violência contra a mulher. 

Culpabilização, objetificação, agressões físicas e psicológicas que engrossam as estatísticas. De acordo com a diretora de Direitos Humanos da Assistência, Lídia Anjos, para acabar com isso é preciso a promoção de discussões para que todos possam repensar os papéis de gênero que fomentam uma cultura opressora. “De forma muito leve, nossa equipe trouxe dados e informes sobre meios jurídicos de realizar denúncias e sobre a Lei Maria da Penha. Outro fatores que abordamos foram as expressões que são ditas no cotidiano e reforçam a violência. A recepção foi muito legal e muitos se sentiram motivados a compartilhar suas histórias, se comprometendo a repensar as atitudes daqui para frente”, pontuou.

Estiveram presentes cerca de 60 pessoas, entre homens, mulheres, crianças e adolescentes que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). A coordenadora do Cras, Shaúna Freire, destacou a importância do debate, pois traz à tona o dia a dia de muitas das famílias que frequentam a unidade. “Discutir em um grupo tão misto os chama para a reflexão e a responsabilidade dos homens para os próprios atos, pois parece que a violência contra a mulher é uma responsabilidade dela, quando o homem é o agressor e muitas vezes não pensa. Percebemos que os homens ficaram em uma situação de desconforto, mas é importante que isto aconteça para que o assunto seja combatido”.

Elaine Cristina Santos é feirante e recebe alguns dos benefícios socioassistenciais como auxílio moradia e Bolsa Família. Atualmente, com a vida mais estabilizada e com o coração mais tranquilo, ela afirma que nem sempre assim. Ela se emocionou ao fim da palestra, ao admitir que ter saído de um relacionamento abusivo foi sua melhor decisão. “Eu vivi por cinco anos, com um homem que me batia e me machucava psicologicamente. Na esperança de que ele mudasse, eu fiquei e tentei cuidar dele, até como uma mãe mesmo. Mas um dia ele acabou me esfaqueando e sufocando meu filho, que também é dele e “o sangue” falou mais alto. Saí de casa, decidi denunciar, me separar e ir embora. Hoje vivo com outra pessoa que me respeita, cuida de mim e dos meus filhos”, desabafou emocionada.

O encanador hidráulico Gilson Ribeiro acredita que a palestra foi importante para que ele pudesse rever alguns dos seus conceitos. “É preciso pensar que a gente deve respeitar mais as mulheres e não machucar elas. Eu tenho uma filha, já presenciei uma cena onde ela foi agredida pelo ex-marido enquanto estava grávida e não foi nada bom ver aquilo. Por pouco não aconteceu uma tragédia na família. Não quero isso para ela ou para ninguém”.