Abordagem da Assistência conscientiza famílias da rótula do Sinhazinha

Assistência Social e Cidadania
29/11/2017 22h19

Durante a época das festas de final de ano, um número alto de famílias em situação de vulnerabilidade social acaba adotando as ruas como forma de sobrevivência, muitas vezes deixando crianças e adolescentes em situações de risco. Como forma de alertar essas pessoas para os perigos dessa exposição, a Secretaria Municipal da Assistência Social, em parceria com a 16ª Vara da Infância e da Juventude, Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelar, realizou no final da tarde desta quarta-feira, 29, a primeira edição de um ciclo de abordagens a serem feitas até o final do mês de dezembro. O objetivo da ação é conscientizar os responsáveis para a prática ilegal de uso de menores de idade para a mendicância. 

A gerente da Média Complexidade da Proteção Especial, Lucianne Rocha Lima, explicou o motivo das intervenções. “Como já é de conhecimento público, este é um período onde algumas pessoas de mais baixa renda acabam indo para pontos estratégicos da cidade, pois sabem que a sociedade acaba fazendo doações de roupas, brinquedos, comida e até dinheiro. Através desse ciclo, essas pessoas saem de suas casas para praticar a mendicância. Nós não podemos proibi-las de ocupar um espaço que é público para a complementar as suas rendas, mas temos que deixar claro que utilizar meninos e meninas para esse fim não é permitido”, pontuou.

A gerente também destacou a parceria com os outros órgãos. “Esse planejamento está sendo executado em conjunto, como forma de orientar, fiscalizar e inibir a atitude. Nós já fazemos esta integração junto ao sistema de garantia de direitos, que é quem tem a responsabilidade. Bom salientar que são famílias já conhecidas pelos equipamentos, que recebem benefícios socioassistenciais e que são acompanhadas. Estamos aqui, inicialmente, para conversar sobre as responsabilidades que cabem a qualquer cidadão que esteja violentando os direitos dessas crianças e adolescentes”.

Em um levantamento feito pela Proteção Especial da Assistência, estima-se que 59 meninos e meninas estão em situação de rua. O chefe do núcleo dos agentes de proteção da 16ª Vara da Infância e da Juventude, Dartaã Prata, falou sobre os encaminhamentos feito pelo poder judiciário. “Na prática nós procuramos descobrir, junto à Assistência, aos Conselhos Tutelares e ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, o que está ocasionando a negligência familiar. Todas as ações do judiciário são através de processo judicial, onde profissionais capacitados analisam todos os casos para que a juíza possa fazer seu julgamento, finalmente dando à criança e ao adolescente condições dignas sobrevivência”, salientou.

De acordo com a conselheira tutelar, Florisa Jurubeba, o Conselho tem recebido denúncias constantes de adultos que levam seus filhos e até filhos de outras pessoas para angariar donativos. “A maioria desse pessoal é advinda do 6º Distrito, composto dos bairros Santa Maria, 17 de Março, Aruana, Mosqueiro e adjacências. Nós estamos aqui para reafirmar o compromisso de que esses meninos e meninas possam estudar, brincar e ter uma infância digna. Inicialmente estamos aqui com a Assistência para dialogar, sem caráter punitivo. Mas sempre alertando para as consequências”.

Durante o período da atividade, um carro kombi parou no local e, alheio a abordagem, homens e mulheres doaram brinquedos para as crianças e adolescentes do local. Sobre o caso, gerente da Média Complexidade da Proteção Especial da Assistência comentou. “Pedimos, encarecidamente à população, que busquem outras formas de auxiliar estas pessoas para que o ciclo não se repita. Sabemos e entendemos a boa intenção, mas acreditamos que a ajuda para o êxito do nosso trabalho também deve ser fruto da conscientização da sociedade”.