Saúde busca alternativas para atender demanda crescente de medicamentos

Saúde
21/12/2017 17h08

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem feito diversos ajustes no planejamento estratégico com o objetivo de melhor atender os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Aracaju. Entre eles, está a readequação nos processos de aquisição de medicamentos, cuja demanda tem sido uma das mais crescentes no último ano, e o cadastramento da população através do sistema e-SUS Atenção Básica.

Mas segundo a secretária da Saúde em exercício, Ana Débora Santana, a inexistência de um planejamento na gestão anterior e a ausência de um histórico de consumo, dificultou bastante a elaboração de um levantamento mais preciso. “Ao assumirmos a gestão, constatamos que não existia um planejamento de gastos baseado na demanda dos medicamentos em Aracaju. Tivemos que partir do zero, colhendo informações com as equipes que fazem parte do nosso SUS, para podermos montar estimativas. Em junho desse ano, abrimos um pregão para a compra de centenas de medicamentos, mas cerca de 70% foram das licitações foram desertas, ou seja, nenhuma empresa se interessou em fornecer”, relembrou.

Para não desassistir a população, a SMS decidiu então abrir uma dispensas emergenciais, com o objetivo de comprar os medicamentos em falta, sobretudo os mais requisitados pelos usuários nas unidades, como é o caso do metformina e do losartana. “A partir desses processos, conseguimos adquirir diversos medicamentos, entre eles a metformina [para diabetes] e losartana [para hipertensão], em uma quantidade que acreditávamos ser suficiente para abastecer nossa rede por um semestre inteiro. Porém fomos pegos de surpresa ao constatar que na metade desse tempo nossos estoques já estavam acabando”, informou a secretária em exercício.

Demanda e recomposição

O elevado consumo em um tempo muito menor que o planejado foi consequência de duas relevantes situações, e a primeira delas foi a crise financeira que atingiu a população. “Com essa grave crise econômica que atinge todo país, observamos que a as pessoas têm procurado fazer uso do SUS com mais frequência. Constatamos essa realidade em Aracaju ao decorrer da gestão, onde percebemos um aumento muito rápido da demanda dentro da nossa rede pública de Saúde, não apenas no consumo de medicamentos, mas nos serviços também”, revelou Ana Débora.

A segunda situação é referente ao trabalho de reestruturação do quadro médico da Saúde da Capital. Ao mesmo tempo em que a contratação destes profissionais trouxe uma maior agilidade ao atendimento da população, elevou também a emissão de receitas. “O que não é algo negativo, muito pelo contrário. Isso só demonstra o quão importante são os cadastramentos de cada usuário no SUS, feito pelos nossos agentes comunitários de Saúde. São a partir desses dados que também conseguimos planejar estratégias de reabastecimento. Em janeiro deste ano, tínhamos cerca de 28 mil usuários cadastrados, e hoje temos mais de 117 mil. Se esse levantamento tivesse sido feito pela gestão passada, teríamos como precisar com mais eficiência a quantidade de medicamentos necessária e, consequentemente, o aumento nas receitas emitidas pelos novos médicos já receberiam um suporte muito maior das equipes responsáveis por manter nossos estoques”, garantiu a secretária em exercício.

Atrasos e solução

Ana Débora diz ainda que, apesar da tentativa da gestão em não deixar faltar esses medicamentos, a empresa que ganhou a dispensa emergencial dos remédios citados (metformina e losartana) atrasou na entrega solicitada pela SMS. “O novo pedido já tinha sido faturado e temos cobrado insistentemente o envio desses insumos. Obtivemos hoje a resposta do fornecedor, que garantiu fazer a entrega até amanhã. Assim que o pedido chegar, faremos imediatamente a distribuição em todas as unidades de saúde de Aracaju”, afirmou.