Dona Ruth Ugino, de 45 anos, perdeu as contas de quantas vezes tentou marcar um procedimento no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) durante boa parte do ano de 2016 e início de 2017. Acabou conseguindo ser atendida depois que obteve a informação que o local voltou a funcionar como de fato nunca deveria ter deixado de fazer. Com sete consultórios, apenas três deles funcionavam no CEO, ainda assim, muitos insumos faltavam, o que dificultava o atendimento. A situação começou a mudar em janeiro do ano passado, como uma das promessas da atual gestão, quando algumas atitudes pontuais começaram a ser tomadas e o serviço saiu da estaca zero, como antes era visto.
Antes de ir para o CEO, localizado no Cemar do Augusto Franco, o paciente passa por uma consulta prévia em uma das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Aracaju e só depois é encaminhado para o Centro, um procedimento padrão e simples, mas que antes causava muitos transtornos, o que foi otimizado durante o ano de 2017. "Tentei várias vezes ser encaminhada, mas, nunca conseguia vaga. Sempre me diziam que estava faltando alguma coisa e acabava não fazendo o que precisava. Agora, depois que a situação melhorou, consegui até marcar para o meu filho", contou dona Ruth.
Como ela, outros pacientes ficavam à espera do agendamento. A situação encontrada no início de 2017 não desagradava apenas os que careciam do atendimento, mas também os profissionais que, apesar de desejarem fazer o trabalho, não tinham as devidas condições para tal. Para a coordenadora do CEO, Fernanda Cabral, que está à frente das ações do local há cerca de um ano, o quadro encontrado não era nem de longe o esperado. "Além de só termos três das sete salas funcionando, ainda assim em um estado precário, a quantidade de material não era suficiente para dar conta da demanda. Muitas especialidades deixaram de funcionar e tivemos que, aos poucos, remodelar o CEO e tomar as devidas providências para trazer os pacientes de volta", afirmou.
De acordo com a coordenadora, no final de 2016 foram entregues novas cadeiras odontológicas, mas, na época, não tinham previsão de quando seriam instaladas. "Já em janeiro, nós providenciamos a instalação e removemos as cadeiras antigas. Depois corremos atrás dos insumos. Em janeiro, nós providenciamos uma compra emergencial, mas, somente em maio, conseguimos retomar o atendimento de fato. Nem as canetas de alta rotação, que são aqueles motorezinhos, itens básicos, havia de forma suficiente. Mas, ajustamos", destacou Fernanda.
Para se adaptar à antiga realidade, até mesmo o quadro dos profissionais precisou ser alterado. "Nós temos 25 profissionais e não tínhamos como colocar essas pessoas para trabalhar. Para tentar ajustar a carga horária, nós estendemos o horário de atendimento. Antes funcionava das 7h às 17h, e passou a funcionar até as 19h ininterruptamente. Agora, aos poucos, vamos modificando isso para se adequar. O mais importante já estamos fazendo, que é colocar o CEO para funcionar como deve", frisou a coordenadora.
Uma das metas do primeiro ano da gestão era ampliar este serviço. Com sete especialidades (radiologia, atendimento ao paciente com necessidade especial, endodontia, odontopediatria, periodontia, cirurgia buco-maxilo-facial e prótese) o CEO agora também voltou a ter o Centro de Material e Esterilização (CME) que estava desativado. "Instalamos as duas autoclaves que tínhamos, terminamos a instalação do ar condicionado e providenciamos todos os insumos para o funcionamento do CME. Antes, a esterilização era feita no Fernando Franco, o que atrasava os procedimentos.
Retorno dos pacientes
Para garantir o retorno dos pacientes, um trabalho minucioso precisou ser feito. E está dando certo. "De início nós fizemos uma espécie de busca ativa. Tínhamos uma agenda antiga e ligamos para os pacientes para que eles pudessem retornar, e depois fizemos uma circular interna avisando que as especialidades estavam abertas. Assim, aos poucos, vimos os pacientes retornarem e se sentirem satisfeitos por verem o CEO funcionando", disse a coordenadora.
Essa satisfação foi a que acometeu dona Ruth e tantos outros que podem, agora, sorrir e saudavelmente. O senhor Gleidionaldo dos Santos, de 56 anos, é outro exemplo de quem teve a espera compensada. Ele vinha tentando ser direcionado ao CEO, mas, sempre encontrava dificuldade, o que agora está sendo solucionado. Morador do conjunto Orlando Dantas, foi contente ao conjunto vizinho para, enfim, ter o primeiro atendimento no Centro, de fato, atuando. "Estava precisando fazer um canal, mas, todo mês tentava marcar e faltava alguma coisa. Agora vou até sair mais tranquilo por saber que as coisas estão funcionando", contou.
Maria Lenildes de Jesus, de 25 anos, tem um motivo a mais para sorrir: ver o sorriso saudável do filho. Ela também havia tentado por várias vezes marcar um procedimento para o pequeno Willian, de 4 anos. "Ele passou por uma consulta prévia no posto do São Conrado e agora vai ser atendido no Centro. Sempre ensinei como ele deve cuidar dos dentinhos, mas apareceu uma carninha entre os dentes e fiquei preocupada. Pelo menos agora sei que será resolvido", relatou a mãe que contou com o sorriso de aprovação do filho.