Saúde Mental da Mulher Negra é discutida no Cras Maria Diná Menezes

Família e Assistência Social
25/01/2018 17h33
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Para pintar o Janeiro Branco de todas as cores que compõem o mosaico da humanidade, a Secretaria Municipal da Assistência Social, através do Programa de Acompanhamento Integral às Familias (PAIF), realizou uma roda de conversa sobre a saúde mental da mulher negra, na tarde desta quinta-feira, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná Menezes, no bairro 17 de Março.

Quando se fala em Saúde Mental, algumas vivências se tornam mais corriqueiras nas pessoas negras. O dossiê "Violência contra as mulheres" aponta que as mulheres negras têm duas vezes mais chances de serem assassinadas que as brancas, e que 68,8% das mulheres mortas por agressão são negras. Diante desses números, o recorte racial e de gênero se torna bastante importante quando se fala em saúde mental.

Para a educadora social,apoiadora técnica da Proteção Social Básica e integrante da Unegro, Tatiane Menezes, fazer com que as mulheres negras aprendam a afirmar sua identidade é muito importante para o processo de combate ao racismo. "Muitas mulheres negras não conseguem se entender como tal por conta de toda a carga de opressão que sofreram. O que nós queremos é ir desmitificando ponto a ponto as questões relacionadas ao racismo e fazer com que elas empoderem outras meninas. Dessa forma, um ciclo virtuoso é criado e todos saem ganhando".

De acordo com Joseane Bispo, que é psicóloga e membro do Grupo de Trabalho e Relações Inter-étnicas e do Conselho Regional de Psicologia (CRP), um outro aspecto em relação à saúde mental das mulheres negras deve ser levado em consideração: o machismo. "A sociedade realmente é racista e quando nós falamos de mulheres negras precisamos citar também a questão do machismo, porque esse comportamento atinge todas as mulheres. Existem muitas questões como a solidão da mulher negra, por exemplo, que só quem passa pode entender o quão difícil é. Estamos aqui para fortalecer essas mulheres".

Nadja dos Santos se vê como mulher negra e ama todas as suas formas. "Ah, eu me amo demais. Amo o meu cabelo, o formato do meu nariz e o tamanho da minha boca. Todos os dias falo para minhas filhas o quanto elas são lindas e como elas são amadas. Acredito que dessa forma eu posso fortalecer as minhas meninas".