Projeto ‘Canto Limpo’ contribui para a redução do Aedes aegypti em Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
21/02/2018 08h55
Início > Noticias > 75151

Tornar os alunos em multiplicadores no combate contra o Aedes aegypti. Esse é o principal objetivo do projeto ‘Canto Limpo’, realizado pela Prefeitura de Aracaju, através do Programa Saúde na Escola (PSE), fruto da parceria entre as secretarias municipais da Saúde (SMS), e da Educação (Semed), sendo uma das ações que contribuiu com a conquista do menor Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) dos últimos 11 anos.


O projeto ‘Canto Limpo’ foi criado em fevereiro do ano passado, na gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, dentro do Programa Saúde na Escola, para agregar as ações educativas que já eram realizadas, como avaliações médicas, oftalmológicas e imunizações. Com o tema “Combate contra o Aedes”, a ideia do projeto é que todas as informações trabalhadas em sala de aula sejam repassadas para a família e toda a comunidade através dos alunos para evitar o risco de infestação do local onde ele reside.

Com o crescimento das escolas nos últimos anos, o programa trabalhava com 52 instituições. Hoje, esse número subiu para 67, sendo 30 escolas de ensino infantil. Para atingir a temática em todas as redes de ensino, os supervisores de endemias e os coordenadores das escolas uniram forças para o combate ao mosquito. “Fizemos uma reunião, no ano passado, com os coordenadores das escolas do PSE e demos orientações para mobilizar as escolas a realizarem a ação, independente da unidade de saúde e do nosso projeto, para que os temas também possam ser trabalhados pela escola”, disse a coordenadora do PSE, Aline Vieira.

Entre as diversas ações executadas, uma delas é a ‘Caça ao Mosquito’, onde é criado um ambiente para que o aluno reconheça os pontos favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti. Também é levado um microscópio para os estudantes conhecerem e identificarem o mosquito que transmite a doença, além de rodas de conversas, exibição de filmes e dinâmicas que envolvem o tema. As ações são trabalhadas de acordo com a faixa etária do aluno com a mesma proposta para atingir a todos. Agentes de saúde, enfermeiros, médicos e as equipes do PSE são alguns dos profissionais que participam das ações.

Desde o início da gestão, a SMS e a Semed já capacitaram mais de 20 mil alunos de escolas municipais, estaduais e também particulares, através do projeto ‘Canto Limpo’ e outras ações realizadas pelo PSE. Para o coordenador do Programa do Controle do Aedes, Jeferson Santana, o maior benefício dessas ações é a diminuição da transmissão da doença. “A gente visa o controle do Aedes através da informação, quanto mais pessoas são informadas, mais elas começam a desenvolver ações dentro de suas casas, no trabalho, na escola, o que gera uma resposta positiva dentro do programa e consequentemente uma melhora nos índices de infestação na localidade”, garante.

Para a técnica do Programa, Kátia Silvina, a proposta do projeto é a divulgação do conhecimento. “Além da ideia configurada no papel dos agentes de endemias, a proposta do ‘Canto Limpo’ é a propagação do conhecimento adquirido em sala de aula. Esse conhecimento se aprende na escola, se trabalha na escola e se leva para casa. Quando o estudante chega em seu lar e percebe o seu entorno, ele busca nas suas memórias tudo aquilo que foi ensinado sobre a prevenção contra o Aedes e seus agravos”.

Além da própria SMS e Semed, as universidades, os agentes de endemias, o Centro de Controle de Zoonoses de Aracaju, as unidades de saúde e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), são parceiras nesse projeto.

Queda do Aedes

Ações como as do PSE foram primordiais para a conquista do menor LIRAa dos últimos 11 anos. Com 0,8 de Índice de Infestação Predial, a capital sergipana se colocou entre as cidades com baixa probabilidade de surto ou epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito.

Quando comparado o número de casos notificados de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti em 2016 com os de 2017, fica clara a melhora na situação da saúde pública aracajuana. Os casos de dengue, por exemplo, apresentaram queda de 78,84%. A redução foi ainda mais expressiva para chikungunya e zika, 86,23% e 87,65%, respectivamente.

Hoje, Aracaju não apresenta nenhum bairro em risco de surto. Dos 42 bairros da capital, 27 (65%) foram classificados em baixo risco e 15 (35%) em médio risco. O acúmulo de água parada em caixas d'água, tonéis, vasos de plantas e outros reservatórios ainda compreendem a imensa maioria dos criadouros de mosquitos, compreendendo 95,3% dos casos. Por isso a conscientização da população possui um papel de suma importância para a manutenção da boa marca.