Especialista alerta sobre doenças no período carnavalesco

Saúde
02/02/2018 18h02

Seja para pular atrás dos trios elétricos ou descansar nas praias mais calmas, o Carnaval é uma data sempre esperada. Porém, mesmo nos dias de folga e folia, é preciso ter atenção com a Saúde, já que nesta época do ano, centenas de pessoas são acometidas por males como viroses respiratórias, conjuntivites, hepatites e mononucleoses.

De acordo com o médico infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) Thiago Mendes, a ocorrência dessas doenças é fruto do contato entre as pessoas; da combinação entre as costumeiras aglomerações; dos muitos beijos; da falta de descanso, e da alimentação incorreta durante a festa.

"Uma das principais preocupações na área da Saúde neste período, e que não posso deixar de falar, apesar de toda orientação da mídia, é em relação ao uso de preservativo. A sensação de liberdade típica do Carnaval, associada ao consumo excessivo de álcool, aumentam as chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), dentre elas a Aids", alertou o infectologista.

Ainda segundo Thiago, se por algum descuido a pessoa tiver uma relação sexual sem camisinha, ou estourá-la, deve procurar rapidamente a unidade de saúde. "Há aproximadamente dois anos já existe no Brasil a profilaxia pós exposição, ou seja, se a pessoa teve um contato sexual, ela pode ir à Unidade de Saúde relatar o ocorrido. Com isso, ela será identificada como indivíduo possivelmente exposto ao vírus HIV, tendo o direito a uma medicação anti-retroviral, que deve ser tomada por 28 dias. Mas é importante esclarecer esse procedimento não funciona como a pílula do dia seguinte, que tem o efeito praticamente garantido. Esse é um tratamento que deve ser feito em último caso, que possui efeitos colaterais, e que pode ou não surtir efeito. Assim, a principal prevenção sempre é usar camisinha", ponderou.

Dicas úteis

Para ajudar na preservação da saúde durante os dias de folia, vão algumas dicas para se proteger das doenças mais comuns. Confira:

Viroses Respiratórias Geralmente acometem os foliões nos primeiros dias pós-festa, e chegam a ser tão tradicionais na folia quanto os blocos de rua. Nesses casos, os sintomas costumam ser febre, diarreia, náuseas, tontura e sensação de fraqueza. Evitar contato físico e permanecer de repouso nesses casos.

Conjuntivite – Neste período há um maior número de casos da doença, devido ao aumento do contato com diversas outras pessoas, muitas previamente infectadas. Além disso, há o problema das altas temperaturas, os raios ultravioletas (que baixam a imunidade) e a falta de cuidado com a higiene das mãos.

Herpes e mononucleose – O surgimento de doenças relacionadas ao beijar, como mononucleose e herpes, não é nenhuma novidade. Na maioria das vezes, não há como ter certeza de que a pessoa que vai ser beijada tenha a doença, mas observar os pequenos detalhes é sempre bom. Feridas são sintomas de algumas delas. É importante ressaltar que não é sempre que os sintomas aparecem, tornando mais difícil a identificação de problemas. O jeito é escolher quem vai beijar e ter bom senso.

Doenças transmitidas por mosquitos – como estamos numa fase de verão, e algumas capitais têm verões com índice elevado de chuvas, não dá outra: muita água + calor = proliferação mais acelerada dos vetores. Com isso, a chance de ser infectado pela Dengue, Chikungunya, Zika e outras doenças pode aumentar. OBS: Para quem vai viajar para as áreas endêmicas, é preciso tomar cuidado também com a Febre Amarela, as cidades de risco estão na lista do Ministério da Saúde.