Participação popular significa dar à comunidade a oportunidade de construir e delimitar junto com a administração pública os caminhos que o município vai trilhar. Tendo como norte a construção coletiva da cidade, aconteceu, na manhã desta terça-feira, 27, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Santa Maria, no bairro Santa Maria, mais uma reunião com a população local e diversas secretarias da Prefeitura de Aracaju, universidades e ONGs para a construção da maquete da praça que será erguida no bairro.
O projeto Espaço Social é uma iniciativa da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (Semict), mas conta com o apoio da Secretaria da Assistência Social, Secretaria da Defesa Social e Cidadania (Semdec), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Tiradentes (Unit) e Instituto Marcelo Déda. A proposta é que a população participe de todas as etapas da concepção, planejamento e execução de alguns espaços públicos, estimulando a cooperação entre os cidadãos de Aracaju e administração municipal. O projeto Espaço Social faz parte também do Programa Aracaju Segura, norte traçado no planejamento estratégico da Prefeitura de Aracaju.
De acordo com a vice-prefeita e secretária da Assistência Social, Eliane Aquino, o projeto Espaço Social dialoga diretamente com a Aracaju humana, inteligente e criativa que se vislumbra. "Esse é um exemplo vivo do que nós desejamos para a comunidade. Trazer jovens universitários para discutir a cidade tendo a perspectiva de um bairro que ainda enfrenta uma série de vulnerabilidades, juntamente com os próprios moradores do território, que estão referenciados dentro de uma unidade da Assistência Social. Essa ação representa uma soma valiosa de esforços. É uma nova forma de fomentar a responsabilidade no coração e na mente de cada ente que compõe a cidade. É fazer com que essas pessoas consigam se apropriar ainda mais dos espaços públicos e também mostrar os entraves que passamos para que um projeto seja executado em sua totalidade. É chamar pra fazer junto, compartilhando todas as etapas".
Ricardo Mascarello é arquiteto da Semict e idealizador do projeto. Ele acredita no sucesso da construção coletiva e entende que esse é o início de um ciclo virtuoso. "O urbanismo participativo já tem exemplos muito bem sucedidos pelo mundo e no próprio Brasil. No método tradicional, onde a máquina pública pensa sozinha no projeto, capta recursos e constrói, muitas vezes a comunidade que vai usufruir do espaço não tem muita identidade com ele e acaba por não utilizá-lo da sua melhor forma. Nós entendemos que aqui seria um lugar muito propício para darmos início nesse projeto piloto que estamos fazendo em Aracaju. Quando a população é chamada para o diálogo, sem dúvida ela se sente mais próxima do órgão administrativo e é justamente isso que queremos também, nos aproximarmos para que possamos andar de mãos dadas".
Este foi o terceiro encontro realizado com a população. O primeiro foi para que as ideias gerais da praça fossem discutidas, o segundo para que as crianças dissessem como queriam que a praça fosse construída.
Maria Lúcia Ferreira da Silva mora no bairro Santa Maria, perto do Cras. Para ela, participar da construção de algo que beneficiará a vida de seus filhos é um presente. "É uma bênção, viu? Imagine os meus filhos brincando nessa praça e eu saber que ajudei a pensar tudo direitinho? Fico feliz demais porque o que a gente quer é participar das coisas que são importantes, porque não adianta a gente ficar só reclamando. Quem está próximo e se propõe a ajudar ganha bem mais porque não tem dinheiro que pague a alegria de saber que eu participei de algo bom pro meu bairro e pra minha cidade".