Assistência participa de sessão solene da CMA em alusão do Dia da Mulher

Assistência Social e Cidadania
05/03/2018 16h20

Segundo dados divulgados no início de 2018 pela Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) de Sergipe, cerca de 2.800 casos de violência contra a mulher são atendidos por ano - um indicativo que atualmente coloca o estado em 5º lugar nos índices de feminicídio no país. Apenas nos últimos 90 dias, nove mulheres foram assassinadas por aqueles que deveriam ser chamados de companheiros, representando uma morte a cada dez dias. Diante da necessidade de debater o machismo cultural que machuca e mata, e atuar no combate à diminuição destes números, a Secretaria Municipal da Assistência Social participou na manhã desta segunda-feira, 5, de uma sessão solene em alusão ao Dia Internacional da Mulher, realizada na Câmara Municipal de Aracaju e idealizada pela vereadora Kitty Lima.

Durante o encontro, a coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, Maria Teles, parabenizou a iniciativa e a oportunidade de falar sobre os trabalhos da secretaria. “A Assistência Social inovou seus serviços com a criação da Diretoria de Direitos Humanos no início da gestão, um setor que tem se mostrado fundamental para a sociedade aracajuana e que está mergulhando fundo na realidade das mulheres de Aracaju. Acredito que a nossa presença aqui hoje seja muito importante para demonstrar como estamos fazendo com que as mulheres atendidas pelos nossos serviços se empoderem e o diálogo avance na desconstrução do machismo cultural e institucionalizado. Temos realizado várias ações ao longo da gestão e no último dia 1º de março abrimos as atividades reflexivas do Mês da Mulher com uma plenária, onde a administração municipal criou um espaço de construção coletiva junto aos grupos sociais, com o objetivo de inserir no plano municipal propostas de enfrentamento à violência”, salientou.

A vereadora Kitty Lima, destacou a relevância da união feminina para o debate social e a representatividade política. “A busca pela equidade entre os gêneros é um assunto de extrema valia, pois precisamos de mais mulheres em todos os lugares, principalmente na casa do povo. A gente tem que ver que a quantidade de mulheres nos poderes é um indicador do grau de amadurecimento das democracias e fica bem claro que, quanto mais postos ocupados pelo gênero feminino, mais igualitário é aquele país, estado ou município”.

Validação social da violência

“Para a mulher a culpa, para o homem a desculpa”. De acordo com a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE e autora da frase, Valdilene Cruz, a violência física e psicológica se justificam a partir da criminalização da mulher em diversos âmbitos, atingindo desde a família, até a sociedade. “Quando a gente fala de empoderamento, alguns homens que não têm esclarecimento pensam que queremos a soberania feminina em detrimento da masculina. Na verdade, buscamos a igualdade e ocupação dos nossos espaços por direito. Temos que acabar com a ideia de ensinar as nossas filhas a serem mães dos maridos e de ensinar aos nossos filhos que eles são donos das esposas. Nós já andamos um longo caminho, mas o sistema patriarcal e o silenciamento das mulheres, ainda são pontos preponderantes e precisamos combatê-los”.