Ocupe a Praça festeja Centenário de Mestre Didi com exibição de documentário

Cultura
07/03/2018 22h19


A Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), através do Núcleo de Produção Orlando Viera (NPD), homenageia o escultor, escritor e sacerdote reconhecido por sua produção artística, Mestre Didi Asipá. O tributo aconteceu na noite desta quarta-feira, 7, com a exibição do média-metragem “Alápini, A Herança Ancestral de Mestre Didi Asipá”, dirigido por Emilio Le Roux, Hans Herold e Silvana Moura, com produção executiva de Djane Moura Cruz, no Centro Cultural de Aracaju.
 
“Nada mais justo que trazer o média-metragem Alápini, A Herança Ancestral de Mestre Didi Asipá, que conta a história do sacerdote através das memórias e depoimentos dos membros do terreiro Asipá e de sua família e amigos mais próximos que conviveram com o Mestre. Afinal, estamos comemorando o centenário dele se estivesse vivo”, ressalta a coordenadora do NPD, Graziele Ferreira. 
 
 Ainda de acordo com a coordenadora do NPD como artista plástico, Mestre Didi disseminou a cultura. “Mestre Didi é um dos grandes ícones da cultura brasileira, um sábio, conhecedor profundo do culto aos egungus, do candomblé. O média-metragem mostra os talentos múltiplos do Mestre: sacerdote, artista, escritor, dramaturgo, educador, entre outros. Sem dúvida é um dos grandes brasileiros do século XX, que ficou eternizado por sua importância na nossa história e a gente preserva seu legado através de ações como esta que está acontecendo no Ocupe a Praça e o documentário dará a oportunidade a diversas gerações em conhecer quem foi esse ícone. E, lógico, que o Ocupe a Praça deixará sempre viva em nossas memórias a sua trajetória e importância”, explica a coordenadora do NPD, Graziele Ferreira. 
 
 A sala de exibição Walmir Almeida, no Centro Cultural de Aracaju, ficou lotada de curiosos e pesquisadores que estavam interessados em conhecer e aprender mais sobre a vida de Mestre Didi. “É importante trazer temas como a cultura afro e quanto mais debater sobre esse tema, mais a sociedade vai respeitar e evidenciar até porque faz parte de nossa cultura. E claro, que levarei para meus alunos este tema”, diz o professor Cledson Carlos. 
 
Segundo a universitária Carla Silva, o documentário mostra a realidade da vida de um sábio. “A gente só tem que aprender cada vez mais e respeitar sobre a história do nosso país. Além, de levar a nossa cultura para cada lugar que a gente estiver. É lindo descobrir cada vez mais sobre nossa história. Sou negra e do candomblé e só tenho orgulho de mim e de minha família”, diz. 
 
Ao final da exibição do documentário, a Grazielle Ferreira abriu o bate papo falando sobre a escolha do tema. “Falar de Mestre Didi é falar da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e para isso convidamos o bailarino e mestre em Educação, Reginaldo Daniel Flores, discípulo de Mestre Didi, para prestigiar aqui, em Aracaju, a celebração do centenário do Mestre e dividir com a gente um pouco de sua vivencia com ele”, comenta.  
 
Não“Estou feliz pelo convite e por não deixar morrer a nossa história. O documentário é uma produção do Governo da Bahia e ele é um ícone que fez o reconhecimento de sua família na África e levou seu nome e sua história para o mundo. Ele abriu portas e soube ultrapassar fronteiras, mesmo depois de morto. No silêncio dele. E o meu maior aprendizado foi ser honesto, integro e ter orgulho de nossa história e nossa cultura. Sou grato por tudo isso. E só tenho agradecer por essa noite”, diz bailarino e mestre em Educação, Reginaldo Daniel Flores.
 
Para encerrar essa celebração na praça General Valadão, quem comandou o show eletrizante foi a cantora e compositora Jaque Barroso. “Esta noite é para brindar a cultura e a nossa arte. No repertório tem a musicalidade da cultura popular sergipana e afoxé”, diz. Jaque ainda parabeniza o projeto por resgatar a história de ocupar as praças com a arte. “A gente tem que levar mesmo a cultura as praças. Ocupar esse espaço com música, instrumentos, teatro, com a cultura. Parabéns a todos envolvidos”, finaliza.