Dando continuidade às reflexões relativas ao Mês da Mulher, a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju participou na manhã desta sexta-feira, 9, do evento “Superando violências em busca da Paz”. Através da iniciativa da ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Sergipe (OAB/SE) e da Arquidiocese de Aracaju, a discussão aconteceu no auditório da Caixa de Assistência do Advogado e foi aberta ao público. A exposição teve como objetivo as problemáticas que envolvem o ciclo da violência contra o gênero feminino e também contou com palestras e debates junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Aracaju, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Aracaju, Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM-SE) e à Coordenadoria Estadual de Direitos Humanos do Estado de Sergipe.
A vice-prefeita e secretária da Assistência Social de Aracaju, Eliane Aquino, parabenizou a atitude e reafirmou o compromisso da administração municipal no combate à violência contra a mulher. “Nós precisamos de atividades como esta em muitos outros lugares, abrindo um canal também com outros setores, pois se trata de um tema delicado. Precisamos envolver, cada vez mais, a sociedade nessas questões. Que esse seja o primeiro de muitos”.
O secretário adjunto, Valdiosmar Vieira, falou sobre os recortes da violência e como ela precisa ser combatida com efetividade. “O nosso papel aqui hoje foi o de trazer à luz o que a secretaria vem realizando para desconstruir essas questões da nossa sociedade, que replicam e reproduzem o papel do homem como detentor do poder sobre tudo que é feminino. Então, mudar isso em nosso ambiente de trabalho, em nossas vidas, em nossas igrejas, é trazer para a sociedade a prática de um pensamento de igualdade. A violência no Brasil é institucional, tem cor e classe social, que se agrava com a mulher negra e pobre. Por isso temos que ter um olhar mais apurado”, destacou.
Para a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE,Valdilene Cruz, a ideia surgiu em parceria com a Arquidiocese. “Fomos muito bem recebidos e, a partir daí as ideias se fundiram. As pessoas hoje veem o crescimento do fenômeno da violência como se fosse algo à parte, mas não percebem que todos têm participação nisso. Vivemos em uma cultura onde a violência é uma forma de educação. Esses discursos de ódio estão tomando uma proporção muito grande e envolvemos a Arquidiocese como forma de mobilização. Este não é um evento específico para uma doutrina religiosa, mas usamos a religião como uma ponte para chegar a um público maior”, explicou.
“As instituições se uniram para discutir uma realidade que nos interpela nos tempos de hoje. Não somente o cristão, mas todo ser humano, deveria se sentir obrigado para fazer algo para a promoção da paz. Basta ter o sentimento de humanidade que a gente não fica confortável diante do irmão machucado ou ferido. Temos que procurar ver no irmão a nós mesmos”, salientou o arcebispo Dom João José da Costa.