Grávidas recebem toda assistência nas unidades de saúde de Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
07/05/2018 09h00
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Quando a menstruação atrasa, um sinal é acionado na cabeça de toda mulher. Seja por uma preocupação comum com a saúde ou o alerta para uma possível gravidez, esse atraso sempre chama a atenção e, antes que ele se torne uma dúvida angustiante, as unidades da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) contam com serviços que podem amenizar essa preocupação, desde o teste de gravidez até todo processo de parto, caso comprovada a gravidez. 

Como os demais serviços de saúde de Aracaju, a assistência tem início nas Unidades de Saúde da Família (USFs), que são 44 na capital. Seguindo para qualquer uma delas, a mulher tem acesso ao teste de gravidez, que se assemelha ao teste de farmácia, feito através da urina, e que faz parte dos serviços da Rede Cegonha. "Muitas pessoas não sabem que as unidades de saúde ofertam esse teste. Ele já pode ser feito a partir do sétimo dia de atraso da menstruação e, a partir dele, a mulher tem disponível outros serviços essenciais para a sua saúde, seja em caso de gravidez ou não", explicou a coordenadora do Programa Saúde da Mulher da SMS, Cristiani Ludmila Borges. 

Em caso de resultado negativo, a SMS também disponibiliza acompanhamento da mulher, seja para verificar o que está causando o atraso menstrual, seja para que ela, caso deseje, tenha acesso a orientações acerca de procedimentos e práticas que contribuam para a gestação, ou, se não for do desejo da mulher engravidar, que ela tenha acesso a métodos contraceptivos como o DIU, pílulas de baixa dosagem ou injetáveis. "Às vezes a mulher não quer engravidar e ela não usa nenhum método contraceptivo, boa parte da população feminina do Brasil, mais de 50%, engravida sem planejar, então oferecemos todas as orientações sobre esses métodos. Outro serviço que ofertamos é o diálogo referente à laqueadura (no caso da mulher) e à vasectomia (homem), principalmente porque existem alguns critérios determinados pelo Ministério da Saúde e que devemos fazer com que sejam de conhecimento das pessoas que desejam ter acesso a esses procedimentos definitivos", esclareceu Cristiani. 

Deu positivo? É nas USFs que todo o aparato será dado para garantir à mulher a qualidade de vida, tanto para ela como também para o bebê, através do pré-natal. Isso vale para gravidez de alto risco ou de baixo. De acordo com a coordenadora da Saúde da Mulher, mesmo que a mulher seja encaminhada para outros serviços, todo o acompanhamento é feito pela equipe da USF em que ela é cadastrada e deu entrada no pré-natal. "Além das consultas para verificar como a gravidez está se desenvolvendo, que são no mínimo seis, fazemos os testes de HIV, sífilis e hepatite, que também são feitos na unidade, de preferência no mesmo dia em que a mulher recebe a confirmação da gravidez. Caso dê positivo para alguma dessas doenças, o tratamento para que a criança não as adquira também é feito na USF. Enfim, por meio de médicos e enfermeiros, o aparato necessário é dado à grávida e ao bebê", afirmou Cristiani. 

A coordenadora frisou que os cuidados com a mulher não se restringem somente ao período da gravidez. "A gravidez é um momento única na vida de toda mulher. As mudanças não ocorrem somente no corpo dela, mas em toda a rotina, por isso, precisamos conversar com essa mulher no pós-parto, precisamos conversar com ela sobre planejamento reprodutivo, saber como está a saúde emocional dela", ressaltou. 

Visita à maternidade

A Lei Federal nº 11.634, de 2007, assegura que toda gestante assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem direito ao conhecimento e à vinculação prévia maternidade na qual será realizado seu parto. Assim, a SMS faz valer esta lei e, através de visitas em grupo, realiza, através das equipes da maternidade Santa Isabel, uma espécie de reconhecimento do local onde a mulher vai dar à luz. "Sempre pedimos que a mulher a essa visita acompanhada pelo pai do bebê ou pela mesma pessoa que irá acompanhá-la no dia do parto. Este é um momento muito delicado, principalmente quando a mulher nunca pariu, ou nunca pariu naquela instituição. Sempre haverá dúvidas e é de extrema importância conhecer o local em que ela dará à luz, tanto a estrutura da maternidade como também os serviços que o local dispõe", frisou Cristiani Ludmila. 

Repelente 

A coordenadora da Saúde da Mulher esclareceu sobre outro ponto importante a ver com a gestação: a utilização do repelente. Segundo Cristiani, há dois, quando houve o surto de zika em Aracaju (como foi verificado também em outras regiões), muitas grávidas procuraram os postos de saúde em busca de repelente, muito por conta da preocupação relacionada à microcefalia, problema que, entre outras causas mais acentuadas, foi também relacionado ao vírus da zika. 

No entanto, passado o surto, Cristiani destacou que a procura pelo repelente teve uma queda considerável, a ponto de equipes da Saúde chegarem a fazer campanhas internas nas unidades para alertar as gestantes sobre a necessidade da utilização do produto. "Na época recebemos um número expressivo de repelentes oriundos do Ministério do Desenvolvimento e compramos outros com verbas municipais, entretanto, após a passagem desse período mais preocupante, as grávidas deixaram de requisitar o produto, causando o acúmulo em nosso estoque. Graças a um trabalho de combate ao Aedes aegypti, Aracaju diminuiu e muito os índices de doenças relacionadas a ele, mas a gente precisa estar vigilante. Com relação à gestante, já que existe o risco, mesmo baixo, de ela ser picada por um mosquito infectado pelo vírus da Zika, é preciso que ela se proteja, já que, apesar de não termos tido registros, ele não está instinto e, por isso, temos que ficar atentos e todo cuidado é pouco", ressaltou. 

Na época do surto, quando a demanda era maior do que a oferta, a SMS distribuía três repelentes por mês a cada gestante beneficiada do bolsa família e usuária da rede municipal de Saúde. Atualmente, por conta do grande número de repelentes em estoque, os produtos são entregues a qualquer grávida, desde que se dirija a uma USF. "Além do uso do repelente, é necessário que as gestantes, bem como toda e qualquer pessoa, se atente para os cuidados em casa para que, dia após dias, possamos diminuir cada vez mais os casos de doenças relacionadas ao Aedes aegypti", completou.